Saturday, August 05, 2006
VARINA
Varina d'Ovar, és um hino que desfrutas!
Tu que me estás a ouvir:
Tu és mulher que da terra ao mar, labutas,
és também aquela que sabe rir!
Quantas vezes ouço o teu pregão,
pela aura da minha rua;
de ti, sai essa viçosa expressão,
que é mesmo incomparável tua!
Daqui saíste para terras além
e espalhas-te tua sedução sem fim!
Como a varina de Ovar realça e tem:
encanto, beleza, graciosidade, enfim.
De descalços pés, leves, juvenis;
saia xadrezada, graciosa te contorna;
blusa garrida, te faz mais esbelta
e o lenço solto, mais bela te torna!
Com a canastra cheia, ela lá vai...
seu pregão, ouve-se alegre e feliz:
-"É carapau fresquinho do nosso mar!
quem quer, quem quer, fresquinho a saltar!"-
Assim te ouço, airosa varina!
Como ninguém mais sabe e o diz.
Tens o iodo salgado desse teu mar...
com ele, aprendeste a discutir e a amar,
mas também a sofrer... quantas vidas
te são roubadas e eram queridas!
Varinas!
Dentro de vós, eis o que vos encerra:
A alma e a beleza da poesia desta terra
que suavemente desliza até ao mar,
onde nasceu a mais bela varina,
Varina de OVAR!
Valdemar Muge.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment