Saturday, December 20, 2014

ONDE ESTÁ O NATAL ?


Onde está o Natal das crianças sem lar,
das abandonadas, órfãs e com fome?
Onde está o Natal para as crianças sem amor,
sem afeto, sem carinho e com dor?
São corações infelizes e sofridos que habitam no tempo das incompreensões, das fatalidades, não no Natal do Amor!

Onde está o Natal dos seres sem trabalho,
sem pão para os filhos,
sem casa para abrigo?
Onde está?
São seres angustiados que também querem amar,
que têm coração para receber e dar,
mas a pobreza é-lhe cruel e atroz.

Onde está o Natal para os que não creem na paz,
na fraternidade, na compreensão;
Para os que se odeiam e para os que não sabem perdoar?
Como eles não sabem o que é o amor irmanado entre os povos!
Não conhecem o abraço da paz
e as mãos da partilha fraternal!

Surja o Natal em todos os corações
e habite hoje e sempre a luz querida da paz
em todos os povos.

Cantemos as alegrias da esperança de que todos merecem
a felicidade nos corações.

Valdemar Muge

Saturday, November 29, 2014

O ROSTO QUE VEJO


Quanto nas ruas povoa a tristeza, a desilusão
e o desespero nos rostos das lágrimas derramadas,
das dolorosas palavras vindas,
dos atos ocorridos ao coração posto…
mas no meio dessa multidão,
vejo o teu rosto de esperança, de paz,
de afeto para todos por onde passais;
vejo-o com a aurora que desponta para a vida,
confiante de que vencerá os obstáculos que lhe surgem.

Na terra dos corações despovoados,
nos escombros e seres mutilados das guerras,
nos charcos apodrecidos das tragédias que o tempo deixa
essas marcas na triste história da humanidade,
haverá uma flor que brotará,
uma flor de esperança,
da vida,
do renascer à luz da fraternidade
que em toda a terra se espalhará.

No teu rosto, o brilho do teu olhar,
encontro-o na vida das fontes e na carícia dos rios,
a serenidade de teu rosto,
na frescura das ondas do mar
e no aconchego da aragem marítima.
Tua presença povoa no vento que nos abraça
e no sol que nos ilumina e nos enlaça.

Neste dilacerado mundo que nas ruas percorro,
sempre haverá uma flor de paz que nascerá,
um coração de amizade que aparecerá,
uma vida que fecundará as raízes do bem querer
e da harmonia.

Valdemar Muge

Sunday, November 23, 2014

MENINA DO AMOR ESPERADO


Menina que à janela estás
com o passarinho no seu jardim, cantando.
A saudosa menina do seu tempo passado,
agora tem o como companhia para suas recordações:
Olha o jardim com olhos de nostalgia
e coração de quem não vê o que queria.
Esse, o seu triste destino à janela tido.
Ó mocidade presenteira que da Praça vinha
e da Graça não menos deixavam de vir,
por eles, os encantos da donzela como eram elogiados,
dignos de cativar corações e até ser amados.
A aragem marítima do Furadouro,
trazia-lhe quantas afabilidades que ao seu coração
envolvia e o encanto da Ria, da Ribeira,
pairava os olhares iluminados,
mas esses brilhos no seu coração não pousava.
Com o aroma das rosas dos Campos
ou das tílias da Arruela,
não menos digno elogiar lhe era dado,
mas seu coração, esse, sempre fechado.
Que destino este para a menina da janela ter
e agora só triste, com o passarinho no jardim ficar.

O certo é que seu coração um outro amava, mas esse,
modesto que era, melhor vida queria
e para outras terras imigrou e a donzela sem ele ficou.
À janela ficou à espera que um dia o seu amado chegue
de quem ainda não chegou.
O passarinho à saudade lhe vai cantando,
àquele triste coração quantas vezes chorando.

São razões co coração
que dita o que sente,
por mais que diga que pode não ter razão,
mas ele sempre diz que não mente.


                                 Valdemar Muge

Sunday, November 16, 2014

DEPOIS


Quanto os teus olhos viram!
Um mar de dissabores e confusões,
e imensos desesperos e dilacerações, nos seres:
Nos quantos fogos e inundações, causados;
nos choros e gritos de inocentes
das mortes provocadas entre os povos;
nos rios da miséria que não têm fim
e que ao abandono morrem esses seres condenados;
na terra dos rostos encobertos da maldade e falsidade
que proliferam neste conturbado mundo.

Oh, quanto os teus olhos viram!
Mas não te desesperes.
Há-de ressurgir a força do arrependimento.
Há-de surgir uma nova luz nos corações
e compreensão nos seres,
e então, depois nascerá do meio dos escombros,
do meio do chão queimado das dilacerações,
as flores da paz e da fraternidade,
as flores do amor e da bondade.

Depois, em cada coração,
Haverá a felicidade
Irmanada entre os povos que se querem.


              Valdemar Muge

Saturday, November 08, 2014

OS SENTIDOS DA VIDA

Os sentidos da vida, passam em cada dia,
em cada momento.
A vida que por nós passa,
são razões do nosso querer,
são gostos que desejamos,
são factos do passado, do presente e do futuro.
São leis naturais da vida
que fazem parte da nossa existência.
Pelo gosto do teu trabalho,
o transformas em dinheiro;
pela necessidade do teu dinheiro,
o convertes em pão;
pela existência do teu pão,
o dissimulas em vida;
pela razão da tua vida,
a transformas-te em amor;
pelo amor que possuis, se transforma:
nas manhãs floridas que o aroma das pétalas envolve;
nos anúncios da paz que os corações tanto anseiam ;
na felicidade tão desejada,
que sempre exista em cada sorriso, em cada olhar,
em cada abraço e em cada coração.

Assim é o círculo da vida,
razão da nossa existência.
São razões do tempo presente,
antes que ele parta para um futuro ainda ausente.



Valdemar Muge

Sunday, October 26, 2014

NOVOS CAMINHOS


Vem amor, juntos e com fé renovada,
ao encontro de um mundo melhor,
percorreremos os novos caminhos.
Para trás,
ficam as maldades e as mentiras nos charcos apodrecidos,
e percorreremos os caminhos das brancas areias
que foram berço das puras águas das fontes.
Para trás,
ficou o ar poluído das guerras e das ofensas
e caminharemos nos espaços límpidos
que a chuva purificou.
Vem amor, com nossos corações,
vamos ao encontro de novos horizontes
que ao longe resplandecem e nos esperam.
Levemos a alegria nos espíritos,
e a confiança nos nossos seres
brilhe nos nossos olhos.
Nossos passos,
pisarão a terra da esperança e do trabalho
e os sorrisos que nos acompanham,
sejam portadores da nova mensagem
da paz e da felicidade.
Deixemos as lágrimas nos crisântemos do Outono
e respiremos a alegria
dos aromas dos Anúncios da Primavera,
num fraternal abraço querido.

Juntos amor e que nosso amor,
seja a semente fecunda da infinita paz e do amor.

 Valdemar Muge

Saturday, October 18, 2014

MARIA DA LUZ


Maria da Luz,
radiosa e de encanto quanto seu,
como a natureza foi fértil e luz lhe deu.
És da luz e dentro de ti a tens,
tomara eu a ter também,
mas essa felicidade, não tive nem me vem.
Tua luz vais espalhando em ofertas aos corações queridos,
é bálsamo de sorrisos, amando.
Maria que da luz deves ter vindo,
pois se da luz és, outra razão não poderia ter acontecido.
Percorres sempre estes teus caminhos,
neles espalhando tua querida luz,
são espargidos de doce encanto que reluz,
são também desejos meus que não serão findos.
Que importa tua simplicidade e modéstia ser,
não anseias fáustos e riquezas…
se no teu coração já possuis a doçura e carinho,
tesouro da felicidade que podes ter.
Quando por vós passo, olhando,
vosso olhar o encanto da luz se espalha
com esse vosso sorriso que a luz embala,
é bálsamo que ainda hoje na rua está correndo.

E eu e todos vós, querendo,
abraçai essa luz tão querida
que a Maria da Luz dá da sua vida,
esse ser que a todos ilumina, sendo.

Valdemar Muge 

Saturday, October 11, 2014

UMA FLOR JUNTO À RIA


Flor que junto à Ria te encontras,
e como jovem ainda o és…
é junto desse espelho lagunar que te vez,
és singela flor da natureza que encantas.
Teu olhar, tem o brilho do luar da tua Ria,
no espelho das aguas ribeirinhas, esse encanto se vê,
esse doce olhar corre,
corre nas tuas aguas com a maresia , vinda.
Teu sorriso, tem o encanto do pôr- do- sol nas tuas águas,
tem a luz que se reflecte por aquela natureza
no manso leito do amor querido.
Teus passos correm como aves esvoaçando
nas águas que se deleitam
e refrescam a poética planície da ribeira.
Flor que junto à Ria cresces, jovem flor,
querido amor:
és afagada com o suave azul do teu céu
e do moreno calor do teu sol;
és espargida com o brilho do teu luar
e da vida da tua terra, para amar.
Vives na claridade das manhãs vindas dos teus horizontes
e as tuas palavras navegam na aragem dos teus campos.
Vives no repouso fraternal da luta de cada dia 
e nos silêncios do entardecer ao pôr do sol 
que teu coração anseia e vê.
Enfim,
tua graciosidade esvoaça como a ave do teu céu
desta terra vareira.
Eis uma flor que do coração brotou,
uma flor que crescerá;
eis uma flor que a Ria cantou,
                                  uma flor que sempre todos amará.                                                

                                  Valdemar Muge

Saturday, October 04, 2014

NA RUA DO SILÊNCIO


Percorro a rua do silêncio,
a rua das palavras do passado
do tempo que passou.
Hoje são silêncios os passos que por lá passaram,
vidas vividas com sonhos e trabalho que ficaram.
As vozes do protesto,
da mentira,
da falsidade,
foram varridas pelo vento que por lá passou.
Os sons da alegria,
das canções,
da musica,
foram embaladas pela brisa que correu e não ficou.
Naquela rua, é tempo de silêncio!
Silencio para os corações que passam,
para os corações que eternamente se comprometem
e os amorosos sentidos se entrelaçam.
É tempo de amor.
É tempo dos passos silenciosos
e das palavras amorosas.
Na rua do silêncio,
apenas se ouve o florir das flores,
o cantar do pássaro
e o bailado da luz num colorido de encontros que seduz.
Percorro a rua do silêncio das manhãs,
na quietude do tempo que passa,
no tempo do amor dos tranquilos corações
que desejam a paz e a
 felicidade para todos os povos.

Na rua do silêncio,
habita as vozes caladas do tempo passado,
mas crescem nos seus jardins,
                         as flores do amor e da paz, para o tempo futuro.

                         Valdemar Muge

Saturday, September 27, 2014

ROSA MARIA


Perguntei-lhe como se chamava:
Me respondeu que era Rosa Maria.
Fiquei pensando se era de rosas para a Maria
ou se Maria de rosas em botão seria.
Como fiquei a saber querendo,
se naquele sorriso da Maria com as faces rosadas,
correndo,
seria a cor das suas rosas coradas,
ou eram as pétalas das rosas desfolhadas,
naquelas faces de encanto e de vida.
Como fiquei desejando sabendo,
se o brilho que de seus olhos brotava,
era o encanto das suas rosas
que dentro de sua alma exalava,
que para um ser amado ficava.
Perguntei-te teu nome,
e me disseste Rosa Maria!
Disseste que tinhas rosas para dar
e Maria o era para amar.
Mas como as pétalas se voaram
e a Maria o coração deixou.
Serei o ser que não mais viu a rosa
e a Maria a recordação ficou.
As pétalas voaram,
voaram com a saudade da Maria
de quando eram juntas, que eu já não via.

                      Eis o poema a todas as Marias desta terra
que canto a meu jeito,
que têm flores, mais flores,

(e não só rosas), de dentro do peito.

Valdemar Muge

Wednesday, September 24, 2014

A CRUZ DE TODOS


Porque dizes?:
“Como tenho uma pesada cruz!”
Não vos lamenteis,
disso que em vossos corações sentis:
São as dores da vossa natureza;
as alegrias que a vida vos dá, partilhando;
o amor que brota das vossas vidas,
dos vossos corações para a vida querida.
Não vos entristeceis,
o que vos pesa desse lamento que vos encerra,
são as vicissitudes da vida,
duma cruz que na vida cresceu.
Ela faz parte da tua essência;
foi nela que o amor fecundou para todos os seres,
esse deslumbramento se perpetuou.
Foi nela que a dor foi remida,
sobre chagas e dolorosas feridas
para salvação de todos os povos.
Foi nela que a eterna felicidade brotou,
dum pesado madeiro nasceram as flores do afeto,
da amizade, 
da bondade,
da alegria para a universal paz.
Foi na cruz que se derramaram as lágrimas e o sangue da dor
e se transformaram em fonte de amor;
em abraços para todos os seres humanos,
numa paz jamais infindável.

Essa é a tua cruz. Abraça-a, amando-a

como força da tua vida.

Valdemar Muge

Saturday, September 13, 2014

QUE SOU E TU O ÉS


Que sou, que serei?
E tu quem serás, que de ti terei?
Serei vento,
e a água das fontes que canto;
serei mar,
das ondas que marulham para te amar!
E tu?
És brisa,
a que abraça o vento e em mim desliza;
És leito do rio, a água correndo
das fontes que embalo e juntos percorrendo;
És a aragem chegando
deste mar que nos une, cantando!
Sou voz,
sou eco
e sou palavras que ao dia dou a todos vós;
sou tempo presente,
tempo de que todos sejam queridos firmemente;
sou vida,
ser que a ama e quer que sempre seja querida!
E tu és aconchego,
compreensão
das palavras que nos saem do coração;
és luz,
alegria,
felicidade do tempo que abraçamos em cada dia;
és aurora,
és melodia,
és manhã renascida,
és vida na vida que amamos dia-a-dia!
Serei como terra,
chão,
árvore,
 raiz da vida que cresce à vida que nela encerra;
serei dia,
noite,
luz ou nuvem
neste peregrinar que nesta alma habita!
Tu és flor,
fruto,
deste chão que te ampara na alegria e na dor.
Tu és força querida
destes dias que por nós passam nesta vida.

                 Sou ser que te abraça,
                 serei ser que o amor enlaça.

Valdemar Muge

Saturday, August 30, 2014

MEUS SONHOS


Meus sonhos sempre nasceram no raiar do dia!
Eles alvoreceram na alegria da vida que desponta.
Eles viveram, cresceram e se realizaram no amor, na felicidade,
 na contribuição irmanada entre os seres que nos desejam,
que nos são queridos e que amamos.
Meus sonhos,
são desejos de paz, de cordialidade, de afecto.
Eles flutuam no vento que a todos abraça,
na luz que a todos ilumina.
Eles nasceram dum coração de esperança,
dumas mãos afectuosas,
duma boca silenciosa filha do silencio da natureza.
Meus sonhos,
hoje, alguns são recordações que vivem no manto da saudade,
outros, são vivências construídas no terreno do trabalho,
da abnegação, da dedicação.
Meus sonhos não foram filhos da noite, da escuridão,
preferi  os da claridade,
os do alvorecer de cada dia da vida,
os que sempre brilharam à luz do dia.

Hoje percorro com essas memórias,
com essas realidades que abraço e amo num grande abraço 
de amizade em todos os seres queridos,
com os futuros da esperança que nunca deixará de existir.


Valdemar Muge

Saturday, August 23, 2014

A FELICIDADE


A felicidade poder-se-à comparar com a árvore da vida: dará suas ramificações com seus frutos que alimentam a vida.
Poderá uma árvore custar a desenvolver,
poderá a sua robusta aparição custar a aparecer no tempo que passa,
mas no esperado futuro, sempre surgirá à vida,
para a vida resplandecer.
Pois a felicidade quantas vezes não aparece quando a queremos,
 mas ela sempre surgirá com o tempo.
Será preciso abraça-la quando surge.
Não a larguemos; não a deixemos fugir.
Será pois como a árvore da vida: uma criança que se aproxima,
que queira e dê amor: eis uma ramificação da felicidade.
Poderá ser dois seres que se amam e se unem com o maior carinho e dedicação amorosa.
Poderá ser quanta amizade e afecto de quantos seres que nos estimam e nós com quanta retribuição espalhamos esse carinho: que maravilhosa felicidade, essa, existe na humanidade!
Quantas ramificações, todos os dias, podem crescer junto de nós.
A bondade; a prestação; o bem -fazer; um simples sorriso, um pouco de afecto, será seiva para crescer as ramificações da felicidade.
A felicidade corre na rua todos os dias ao nosso lado.
Haja a força de vontade de a querer,
de a abraçar e não a deixarmos fugir,
ela está com o amor e o amor está na felicidade.

Valdemar Muge

Friday, August 01, 2014

SE PUDESSE EU FAZER


Em vez de escritos,
 pudesse eu fazer meus versos em brinquedos,
para os meninos pequeninos os soubessem ler.
Que felicidade as crianças a mim virem,
ao coração delas meu sentir florir.
Na minha alma, os seus seres viverem:
um mundo de amor na vida construir.
Que razão maior haverá:
uma criança brincar com um poema querido!
Não sei o que fará maior sentido,
 do que a felicidade duma criança, aqui e acolá.

Mas que querem que eu sinto
também àqueles que não podem ver
e meus versos, eles não sentir e ler,
para que pudessem compreender o que digo e não minto.
Pudesse eu os fazer em objecto e forma
e ter todo o sentir do meu sentir que digo.
Todos sim!
Criança ou adulto,
leiam os versos que o sentir de um ser dedica.
São balsamos que para vós vão
e serão sempre retalhos duma vida que para vós fica.

Valdemar Muge

Sunday, July 13, 2014

NESTE SILÊNCIO


Neste silêncio que hoje aqui permanece,
o sentir dos corações que passam se desenvolve:
Vejo os traços das plangentes lágrimas deixadas nos rostos,
razão de ser de passados do vosso viver,
que no coração marcou e não esquece.

Neste silêncio que vagueia onde viveis:
É conforto, é desabafo da nostalgia que conteis;
é sentir que tendes, mesmo que não quereis
na passagem do tempo do vosso viver,
no percorrer da vida do vosso ser.

Neste silêncio, vê-se as marcas deixadas do viver:
Os sulcos gravados dos sofrimentos e privações;
os acontecimentos, quantos, que a vida deu;
as felizes recordações que tanto foram queridas;
os sonhos que passaram nas vidas tidas.

Tudo isso, são factos sentidos do tempo vivido.
Agora, enquanto povoa este silencio presente,
nestas ruas sem vida, adormecidas,
de ar amargurado que nelas correu,
surja uma nova vida, que seja contida:
se transforme a violência, em abraços irmanados;
a tristeza, em alegria permanente nos tristes corações;
os ódios, em afectuosos abraços de paz em toda a gente.


 Canto este silêncio: o renovador!
ao da esperança por um futuro melhor.
Canto a esta tranquilidade da Natureza-Mãe,
que floresçam as pétalas da felicidade entre os homens
e os frutos da sabedoria do bem querer;
que brilhe a luz do amor em todo o ser,
as mãos da boa vontade se dêem e se tomem
e os peitos se abrem com os clamores da concórdia!

Será idiotice ou loucura, fantasia ou sonho,
não me pergunteis,
porque dessas palavras não me tomo.
Ficarei com o sentir deste silêncio que aqui pairou,
que meu peito conteve e o coração vos cantou
deste meu consciente que para vós desejou.


Valdemar Muge