Sunday, January 24, 2021

QUANDO A BRISA VEM...


 

QUANDO A BRISA VEM...


Quando a brisa vem e me abraça...

me deixa a frescura das carícias das ondas

que a areia amaciou;

o afago do bailado que teve no arvoredo

por onde passou;
o som da melodia das aves que na sua vivência as embalou.
...e quanto mais me deixou, me deixou...
Pois se ela tinha afagado o renascer da natureza,
e a fresca água das fontes que dela corria
para saciar os secos lábios do dia;
se pelas manhãs, traz a frescura do renascer do dia,
e ao cair da tarde, murmúrios de silêncio de paz e amor,
de louvor á vida por mais um dia de abençoado crer:
razão esta, tão afável, deste sentir que me envolve e de o ter!

Quando a brisa vem..
e se envolve nesta terra que a todos acolhe;
das ruas com casas de azulejos coloridos, lindos,
e varandas rendilhadas, forjadas;
se suaviza os rostos com sorrisos de afeto,
e olhares da cor do mar deleitado,
 abençoada brisa esta,
 mensageira de vida e afago da natureza,
neste abraço fraternal de paz
que os corações ditosos esperam:
mistério este da vida, que ela nos traz.

 Valdemar Muge

CHUVA BENDITA


 

      CHUVA BENDITA

Que chuva esta que na rua cai,

que traz cheiros de rosas a desfolhar,

e brilhos do firmamento que dele sai?

- Parecem odores de quem está no céu,

e brilhos de estrelas que querem iluminar.

 

Que chuva esta de encanto seu,

que cai suave no peito de quem era teu...

será saudosas lágrimas ao coração meu,

e luz que me brilha de quem eu era teu?

 

Mas sim! Este manto lacrimoso que do céu vem,

são gotículas de afeto e amor de quem nos quer bem...

e eu, ao tê-las, oro agradecido a quem nos é querido

que na Paz Celestial nos quer e protege, de deles ter sido.

 

Mas esta chuva bendita, com este cheiro e brilho,

que parece pétalas de rosas que brilham, caindo

dum rosal celestial, esse sentir sempre quero ter cá...

e lá, me esperam benditas, que me acolherá florindo,

que me acolherá quantas pétalas... de amor que fará.

 

Valdemar Muge

Saturday, January 23, 2021

O INVERNO QUE VEM...


 

            O INVERNO QUE VEM...


O inverno vem, aproxima-se, quer estar presente.

Este tempo, traz a saudade primaveril dos teus sorrisos,

e do feliz encanto no teu olhar em cada manhã, de então;

a saudade da magia dos sonhos que fluíram para realizar e amar,

de quando do florescer das tuas jamais esquecidas primaveras.

 

A saudade de quando te confundias com as tuas flores;

te misturavas, airosa, com o afago do teu mar;

te deleitavas, romântica, ao pôr do sol, sonhando o futuro,

e nas auroras renascidas, agradecendo a vida de mais um dia,

porque era primavera e fazias parte dessa que então existia.

 

Nesse inverno que se aproxima...

Não importa não teres a alegria desses teus sorrisos de primavera,

mas tens os ternos e doces sorrisos de hoje, tão queridos,

os deste tempo de Outono, que também são belos;

não importa não teres a espontânea alegria da juventude,

mas tens a não menos querida felicidade do tempo que passa,

a que hoje abraça os nossos corações;

não importa não apanhares as flores da primavera,

mas tens dentro de ti,

o aroma de todas aquelas que as guardaste durante a vida:

de amor, de felicidade e paz,

para o espalhares por todos aqueles que te rodeiam e te estimam.

 

Não fiques triste, amor, por não estares nessa então primavera,

Pois esse teu Outono, também tem o seu encanto:

Não tem a beleza do renascer da natureza,

ou o calor do sol do verão que faz escaldar os corações,

mas tem o doce e suave brilho do dia

e o aconchego apaziguador do sol que te embala.

Tens a singela e sempre querida flor que te rodeia...

ela, é a primavera neste tempo presente,

em abraço de amor e paz,

porque quando as auroras do amor permanecem junto de nós,

as primaveras resplandecem junto dos corações;

e tens a ave que te quer e suavemente te afaga em cada dia

no aconchego carinhoso que te envolve…

porque ninguém há de corromper esse carinho até á morte,

assim será essa a dita e feliz sorte!


Valdemar Muge