Tuesday, January 04, 2011

RIOS


Ó Graça que tua graça me deixas,
que vens correndo pelos campos seguidos...
não te cansas de refrescar o que beijas,
com o teu murmurar, levas saudades e pedidos.

Tu, ó Cáster que me afagas,
tanto correste e ao meu encontro vieste...
a suavidade e beleza não a largas,
encanto que deixas aos corações e a este.

Sois dois leitos que a natureza vos deu,
águas que levam encantos sem par...
aqui, se juntam como amor só seu,
mas também o espalha em suave sussurrar.

Valdemar Muge

PORQUÊ



Porquê, que  quando estou junto de vós,

meu sentir, outro se esquece e este é que volta?:
Só ouso o teu murmúrio que de ti se solta,
tu e eu, sozinhos, sentimos o que é para nós.

Mergulho minhas mãos nas tuas águas
frescas como da fonte ainda viessem...
mas que sentir o que sinto, elas exprimem,
serão lágrimas deixadas de quantas mágoas?

Olho tuas águas, ó rios de águas claras,
(assim, sempre fossem espelho como hoje as vejo...)
trazes quantas mensagens de quem já não vejo,
palavras queridas, saudades agora por ti vindas.

Sentir este que junto de ti tenho,
desabafos que te guardo dentro do coração...
segredos que me dás como canção
e agora de mim, leva-os para bem longe, correndo.

Levas meu rosto e quanto meu ser
no brilho do sol e na magia da lua.
Tu e eu, dois seres que correm como vida sua,
pois sempre nos encontramos neste sentido viver.

Valdemar Muge

COM A PRIMAVERA

Primavera que à minha porta paraste,
como é bom ter-te e ver que voltaste...
deixaste-me uma flor de amizade
do teu jardim de encanto e alegria,
é abraço que se não esquece, mau seria...
depois de teu desejo: que floresça a felicidade.

Flores primaveris, já não tenho para dar;
dessas, tão viçosas, já não voltam a dar...
pois a primavera, aqui, já foi com a idade.
Dou-te estas simples e sinceras palavras,
são flores que ficaram guardadas,
de quando da saudosa mocidade.

Primavera que vieste e vais embora,
agora, levas a minha ternura por aí fora.
Sejam recordações felizes, queridas,
duma amizade que fica para sempre,
e eu, com a tua mocidade ausente,
fico de ti, com a saudade agora vinda.

Com a saudade
de ti nascida.


NATAL


Caminhamos, e espalharemos fraternalmente:
Em cada olhar, um sorriso;
Em cada gesto, um afecto;
Em cada palavra, uma simpatia;
Em cada necessidade, a partilha;
Para cada coração, um carinho;
Para cada ser, uma fraternidade;
Para cada desejo, a paz fecunda.
Teremos em todos os momentos,
o Natal que desejamos em todos os povos.

Valdemar Muge