Sunday, May 27, 2012

PALAVRAS















No campo do tempo vivido,
lancei palavras, sementes à vida
que por mim passou e para a que virá.

Palavras quantas, algumas frutos brotaram...
outras mais secas, menos fecundas,
sementes perdidas e fruto não deram.

Palavras, palavras, palavras quantas:
foram mensagens de paz e concórdia;
foram de amor para todos ente queridos;
foram de saudade às almas que não já via.

Palavras de alegria e felicidade, quantas;
de tristeza que do coração transbordava:
são revelações desta vida, tantas...
É a essência que fala, que sente, que se eleva
em palavras, palavras tantas.

Valdemar Muge

Saturday, May 19, 2012

SABER ESPERAR



Saber esperar que o raiar das auroras
traga a esperança
da alegria aos desanimados,
será desejoso despertar em cada dia,
                  querendo.

Saber esperar que nos frívolos corações
resplandeça a Luz
do amor e da concórdia,
será ansioso nascimento na vida de cada um,
bem-vindo.

Saber esperar que em todos os seres
reine a tão maravilhosa
felicidade e  paz,
será imenso hino que se poderia cantar,
querido.

Saber esperar: é doçura e encanto do bem saber;
é prudência a renascer em cada dia nos corações.


Valdemar Muge

Saturday, May 12, 2012

SAUDADES



Que saudades tenho da Natureza
que não vi e que não percorri!
Saudades mais vou ficar,
quando não mais a poderei desfrutar...                                                        
Essa, que sempre quis amar!
Quando eu aqui não estiver,
irei no vento, flutuar por aí,
para respirar o mar que não vi;
irei deslizar na suave aragem,
refrescando os verdejantes campos que não respirei
e as montanhas sinuosas que não avistei.
Irei no pássaro da paz,
abraçar a Natureza com que sempre sonhei;
irei num raio de luz
afagar os corações queridos
que sempre amei.
Voarei feliz, ao encontro da paz
e com a paz,
que sempre desejei.

Valdemar Muge

Saturday, May 05, 2012

MÃE






        
        Já não tenho os teus sorrisos,
já não tenho
os meigos e ternos carinhos;
os teus doces beijinhos
como tu
só sabias dar,
como tu
sabias amar.

Já não tenho
teu doce coração...
hoje, saudade,
nostálgica recordação.

Já não tenho
tuas singelas palavras...
aconselhavas,
as davas;
como eram gravadas dentro de mim,
como as ouvia
e as seguia e queria.

Já não tenho
as tuas suaves mãos
de trabalho e amor,
de prece e dor,
que indicava o caminho a seguir
na vida para a vida prosseguir.
Já não tenho
                 o teu olhar,
                 quão triste que a vida te brotou...
                 quantas lágrimas te beijo
e regaços de ternuras
teu coração espalhou.                                                           
                                                                                                          
Como tudo soubeste dar
para que sempre te soubesse amar.
Agora, já não te tenho,
contigo levaste o gélido rosto que vi...
mas não levaste
o rosto que cá ficou,
gravado no filho que sou:
o da candura e amor.
Esse, tem o maior valor
dentro deste coração
que sempre, sempre te amou.

Agora,
no rosto,
as lágrimas da saudade
caem...
caem por ti
Mãe...

Mãe.


                   Valdemar Muge