Saturday, May 05, 2012

MÃE






        
        Já não tenho os teus sorrisos,
já não tenho
os meigos e ternos carinhos;
os teus doces beijinhos
como tu
só sabias dar,
como tu
sabias amar.

Já não tenho
teu doce coração...
hoje, saudade,
nostálgica recordação.

Já não tenho
tuas singelas palavras...
aconselhavas,
as davas;
como eram gravadas dentro de mim,
como as ouvia
e as seguia e queria.

Já não tenho
as tuas suaves mãos
de trabalho e amor,
de prece e dor,
que indicava o caminho a seguir
na vida para a vida prosseguir.
Já não tenho
                 o teu olhar,
                 quão triste que a vida te brotou...
                 quantas lágrimas te beijo
e regaços de ternuras
teu coração espalhou.                                                           
                                                                                                          
Como tudo soubeste dar
para que sempre te soubesse amar.
Agora, já não te tenho,
contigo levaste o gélido rosto que vi...
mas não levaste
o rosto que cá ficou,
gravado no filho que sou:
o da candura e amor.
Esse, tem o maior valor
dentro deste coração
que sempre, sempre te amou.

Agora,
no rosto,
as lágrimas da saudade
caem...
caem por ti
Mãe...

Mãe.


                   Valdemar Muge 

3 comments:

rosa-branca said...

Já não tem nada(mas teve) e quando procurar dentro de si está tudo guardado e intacto como ela deixou. Eu não tive. Adorei o poema que me deixou de nó na garganta. Onde quer que esteja está certamente a velar por si. Beijos com muito carinho

Anonymous said...

Perder a mãe deve ser muito difícil, mas ela vive e sempre viverá em seu coração.

Beijinhos, querido.

Pétalas de Poesia said...

Obrigado minhas amigas pelo carinho. É bom ler essas vossas palavras.
Um abraço amigo.