Sunday, May 31, 2020

UMA TERRA PARA AMAR



Vem amigo,
juntemos-nos ao brilho da luz que se espalha nas pessoas:
com ele, abracemos com amizade os corações que passam,
verás então, como elas felizes nos enlaçam;
guardamos os afectuosos sorrisos das faces trigueiras
e do terno olhar de verde mar, das varinas que aqui habitam:
verás que seremos adejados com a alegria da felicidade encontrada.

Vem comigo,
pelo amanhecer de cada dia,
verás o encanto a renascer, a serenidade, a beleza desta terra:
ela tem o desabrochar das pétalas de sonhos
que os corações destas gentes brotam em cada olhar,
em cada sorriso que lhes vem e que recebemos;
tem a essência em cada gesto que sai da ternura,
do afecto, que dia a dia partilhamos;
da dádiva de amor em cada manhã que o sol nos aconchega,
em cada noite que as estrelas nos protegem, a alma iluminando.

                               Vem comigo!
                               Sentiremos o odor da aragem permanecida:
                               Viver aqui, tem-se a essência do mar nesta aragem
                               que ele nos sopra com o som das gaivotas, voando;
                               vem deliciar-te no quadro que a natureza criou junto á ria
                               onde povoam as imagens de sentido poético,
                               onde a lua se reflecte e o sol as águas acaricia, 
                               como uma magia;  
                               vem deliciar-te desta terra,
                               onde as flores têm o aroma da dádiva da amizade,
                               e os frutos, o cheiro do ardor do trabalho lavrado;
                               onde o cântico de Paz e da cordialidade ecoa,
                               e a Luz brilha aos olhos de quem anseia a felicidade.

Vem!                                                                                                                    vamos ver as flores desta terra que o amor faz desabrochar,                    e os frutos que as mão cansadas à terra semeou:                                      são raízes da minha terra que vos canto,                                                      que vos ofereço amando,                                                                                  porque outra não tenho,                                                                                    outra não sei amar, cantando.                                               
É a minha terra humana, na qual me deito                                                    e que tanto está dentro do meu peito. Ovar!

            Valdemar Muge





Saturday, May 16, 2020

GUARDO A ESPERANÇA


Guardo a esperança no peito,

de que o futuro me dará o tão esperado desejo:
De que a felicidade a todos há de voltar;
o receio de viver sem abraços, há de findar;
o fraternal convívio, há de chegar;
a união entre os povos, há de renascer;
ao maléfico inimigo,
a coragem e a tenacidade o há de vencer!

Guardo a esperança no coração,
para que haja uma flor de carinho em cada criança;
uma madrugada de afeto em cada ser;
Um sorriso sem máscara em cada face,
uma dádiva de amor em cada coração;
um novo mundo de paz, de felicidade,
de afeto em cada irmão.

Não fiquemos prisioneiros do mal,
da angústia, da dor,
venceremos os obstáculos encontrados
e libertemos para a alegria,
para a fraternidade, para o amor.
Esta esperança que dentro mim existe,
não a perderei,
porque sei,
que lá fora um sorriso para mim e para ti espera,
uma vida para abraçar e amar, que o futuro encerra.
A esperança de um Mundo que o Criador sempre ansiou.


 Valdemar Muge

Saturday, May 09, 2020

PEDIDO



Há tanto tempo já, no teu rosto,
encontrei o sorriso da simpatia, da felicidade, do amor.
No teu coração, a força do querer, de partilha, de amar.
Das tuas primaveras, ficaram-te as flores que tanto amas;
e das tuas tardes de Verão,
te ficou o sol que te ilumina e brilha, que a todos irradia.

Como esse teu encanto que em mim fascina:
Essa natureza e essa luz que te irradia,
ou essa felicidade querida que senti,                 
são elos queridos que o tempo não apaga e que perpétua.
Não deixes o orvalho das frescas manhãs do outono,
arrefecer esse calor que brota do teu coração,
e o inverno, murchar o aroma das rosas que saem do teu rosto,
porque então, meu coração sem rosas ficaria
e sem o teu calor, morreria.
Não me tires o teu sorriso que em mim vive,
e a tua doçura que em meu corpo se espalha:
É bálsamo, encanto que de ti veio,
pedaços de vida que te floresceu, e sem eles,
tu e eu, nossas vidas sem sentido ficariam.

Vem, continuemos a caminhada ao encontro das primaveras,
abraçando as pétalas das flores que amamos,
e aguardemos o encanto do outono que ainda nos espera;
Alimentamos a esperança que o futuro continuará a ser feliz
e o amor sempre se renovará;
as mágoas, as tristezas, essas se houverem,
serão esquecidas, perdoadas, para que não nos atropelem,
e assim, o amor sempre viverá.

Meu amor:
Vivamos com os nossos sorrisos nascidos das primaveras,
das auroras de cada dia,
do amor da vida passada e com ele o futuro,
e esperemos o outono na fresca aragem do nosso mar
e no cântico do rouxinol que sempre nos espera,
mas não me negues o teu sorriso, o teu encanto de felicidade,
porque sem eles, não sei o que de mim seria.
Lutaremos para que ninguém nos roube a felicidade encontrada,
porque essa, é a Luz que em nós sempre brilhará e é partilhada.

Valdemar Muge

TEMPO DE SILÊNCIO



Neste tempo de silêncio:
Não ouço as vozes do pregão,
nem vejo o homem que labuta,
nesta cidade que agora tristeceu.
O alegre brilho da rua escureceu,
onde vós, que então felizes a povoava...
agora, todos procuram, arautos da vida, anseiam,
lutam por uma luz que ilumine esse vazio obscuro,
para a renovação da vida na esperança do futuro.

Neste tempo que passa:
A tristeza imerge nos rostos sem o sol da praia triste,
e as águas do rio correm sombrias como nunca viste
sem gentes para lhes afagar,
e seu corpo lacrimoso, sozinho, lá vai chorando
por não ter ninguém para lhe cantar,
apenas é o vento vadio, que o leva embalado;

O marejar das águas do mar,
apenas sussurram com as gaivotas na praia vazia,
onde agora só mora a derradeira maresia
sem os alegres sorrisos que eram vividos,
sem abraços, sem beijos que então eram tidos;
Esses vossos rostos do silencio,
que tão alegres viviam… são como o meu:
dói-me esta tristeza que nas águas passa,
este ar que no coração o escurece e trespassa,
esta solidão que parece noites escuras
onde minha alma entristece deste sentir meu.
Agora, são sofridos, devaneiam dentro das paredes
á espera que na rua, o pregão ecoe com a alegria da vida;
que as portas se abram
para que a primavera floresça com todos povos, felizes,
se libertem nas ruas juntadas de rosmaninho desejado!

Este tempo de silêncio, continua
à espera que o grito da vitória apareça
contra o maléfico invisível que perdura.
A luta é árdua e persistente,
e a ansiedade nos corações está presente.
É tempo de lágrimas por aqueles que não venceram a luta
e a saudade fica-nos na memória da triste ausência.
Que se ouça novamente o canto da felicidade
e a alegria se espalhe nos rostos de todo o mundo,
e eles felizes,
iluminem os escuros dias deste tempo que passa,
e permaneça nos renovados abraços,
a fraternidade e aleluia dos povos!

Valdemar Muge

DOCE PRIMAVERA


DOCE PRIMAVERA

Mas que ar este que se respira,
                               que aqui mora, que me embala e consola!
                               Parece brisa com cântico de Primavera
                               ou suave bálsamo de alegre melodia;
                               bendita aragem que aqui passou,
                               para que esta frescura que aqui ficou,
                               seja este leve e doce aroma que se instalou.

Razão esta, desta essência que aqui se vive,
                               que faz nascer aromas em mim,
                               e afetos que o coração sente?
                               Agora, sei a causa que esta é:
                               são encantos que vêem de ti,
                               são aromas que não se vêem,
                               verdades que não mentem,
                               mas sei que os tenho,
                               e tanto eles se sentem em mim.

Porque será que as Primaveras
                               continuam a florir em mim
                               com afetos que resplandecem?
     - Mistérios da natureza, esses em fim.
     Agora sei que vêem de ti, esse espírito primaveril,
                               mesmo o tempo do Outono que amanhece
                               que não deixa de nos querer aparecer...
     São pétalas queridas que desfolhamos ao amanhecer
     e com elas, nos cobrimos ao anoitecer,
     num doce e meigo amor transparente.
                               Este bálsamo que nos encanta e aquece,
                               é porventura doce amor que jamais arrefece,
                               nesta cativa primavera que a música nos embala
                               em doce e eterna melodia que dentro de mim exala.

                    Valdemar Muge