Neste tempo de silêncio:
Não ouço as vozes do pregão,
nem vejo o homem que labuta,
nesta cidade que agora tristeceu.
O alegre brilho da rua escureceu,
onde vós, que então felizes a povoava...
agora, todos procuram, arautos da vida, anseiam,
lutam por uma luz que ilumine esse vazio obscuro,
para a renovação da vida na esperança do futuro.
Neste tempo que passa:
A tristeza imerge nos rostos sem o sol da praia triste,
e as águas do rio correm sombrias como nunca viste
sem gentes para lhes afagar,
e seu corpo lacrimoso, sozinho, lá vai chorando
por não ter ninguém para lhe cantar,
apenas é o vento vadio, que o leva embalado;
O marejar das águas do mar,
apenas sussurram com as gaivotas na praia vazia,
onde agora só mora a derradeira maresia
sem os alegres sorrisos que eram vividos,
sem abraços, sem beijos que então eram tidos;
Esses vossos rostos do silencio,
que tão alegres viviam… são como o meu:
dói-me esta tristeza que nas águas passa,
este ar que no coração o escurece e trespassa,
esta solidão que parece noites escuras
onde minha alma entristece deste sentir meu.
Agora, são sofridos, devaneiam dentro das paredes
á espera que na rua, o pregão ecoe com a alegria da vida;
que as portas se abram
para que a primavera floresça com todos povos, felizes,
se libertem nas ruas juntadas de rosmaninho desejado!
Este
tempo de silêncio, continua
à espera que o
grito da vitória apareça
contra o maléfico
invisível que perdura.
A luta é árdua e
persistente,
e a ansiedade nos
corações está presente.
É tempo de
lágrimas por aqueles que não venceram a luta
e a saudade
fica-nos na memória da triste ausência.
Que se ouça
novamente o canto da felicidade
e a alegria se
espalhe nos rostos de todo o mundo,
e eles felizes,
iluminem os
escuros dias deste tempo que passa,
e permaneça nos
renovados abraços,
a fraternidade e
aleluia dos povos!
Valdemar Muge
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