Wednesday, October 23, 2013

OFERTA


Bem-vindo a esta terra!
Se trazes um abraço amigo, fica.
Eu, desta, dar-te-ei um regaço de amizade:
O calor que aquece as almas
e transborda nos corações fraternais;
O perfume que das flores exala
para o bálsamo dos vossos sentidos;
A terra da fertilidade com as sementes
da amizade e cordialidade;
A aragem marinha desta beira-mar nascida,
para o aconchego dos vossos seres;
A alegria da sua juventude,
para a felicidade das vossas vidas;
O trabalho promissor que ela oferece,
para a essência dos vossos seres.

Eis o abraço desta terra
que no seu seio encerra
que o oferece a quem vem e amizade procura.
Eis o elo da fraternidade
nesta terra livre, de gente com humanidade,
que a todos acolhe,
a todos abraça,
a todos oferece desejos queridos.

Se possível, nós, juntos,
cantaremos irmãmente estas ofertas de hoje.
No suave silencio desta natureza,
nossas vozes ecoarão a felicidade do amor.
É a força da luz da vida desta terra
                      que nos corações dela, encerra

                      Valdemar Muge

Wednesday, October 16, 2013

NO SUAVE SUSSURRAR

       

       No suave sussurrar da natureza,
ouviremos o adágio que ela nos dá
e falaremos com os sentidos recatados,
inspirados como ela os sabe oferecer.

Como crianças, envoltos na pureza espalhada,
deixaremos seguir nas aguas cantando
as pétalas por nós caídas da inocente flor
que o aroma deixou e a saudade levou.

Silenciosos, falar para quê?
- Tudo à volta é silente e vive.
Nossos corações, amor, sentem
o que os olhos vêem e dizer querem.

Silencio este que fala mais que quantas palavras:
Fala das felizes alegrias e das dores acontecidas;
É elo da vida que por nós passa, amor.
Com estas flores do silencio,
as palavras, soltas, foram nas aguas correndo
e ficaram  os ternos sentidos nos corações.

Acariciamos a densidade da Luz do amor
que envolve irradiando os corpos amados,
lúcidos e queridos nos seus desejos...
Ancorados no cais adjacente do amor,
o porto de chegada do destino da vida
proposto para todos de alegrias e dor.

Sejamos os rostos deste silêncio
cativos nos corações do amor,
que um dia recordemos com saudade
no repouso do ardor que ficou.

           Valdemar Muge

Wednesday, October 09, 2013

MAR


     Vens-me falar ao coração...
Vem! Sempre ouço tua canção;
Vens desabafar tuas mágoas,
teus lamentos;
Vens deixar tuas lágrimas,
teus tormentos;
Vens segredar tuas saudades,
quão antigas, passadas, verdades.

Te as guardo,
te as escrevo.

Minhas mãos, são meio da tua escrita,
meu coração, guarda fiel à tua vista.

Deixas em minhas mãos, as húmidas palavras;
deixas em meu coração, as cansadas tristezas.

Sempre a meus pés se esvai
o fresco marejar que me dás;
Sempre, sempre ao meu olhar, vais
pela imensa luz que se põe
no declinado dia.
Quando contigo estou
e as tuas águas abraço,
mar também sou.

Valdemar Muge

Friday, October 04, 2013

RECORDAÇÕES

    
   Numa habitação, sempre existe objectos que são recordações. Quantos deles já passaram por várias gerações, lembranças que são transmitidas de uns para outros; objectos estimativos que lembram sempre alguém que foi querido que simboliza a sua existência permanecida, quantas vezes junto de nós.
Sempre há numa sala, uma lembrança que a alguém lhe foi querida, lhe era sentimental ou lhe estava perto do seu coração afectuoso. Essa, símbolo permanente, continua na sua existência, em cima de uma mesa, numa parede ou aconchegada a um canto de um compartimento, sempre à espera que as gerações futuras, delas se lembrem e se recordem desse alguém querido que existiu em tempos.

 Quantas existências dessas lembranças, tiveram história. Umas nasceram de amor e afecto trocado entre dois seres. Nasceram de datas significativamente belas e amorosas, para ficarem como marcos perpétuos desses seres. Momentos belos que a vida tem e não se deve perder. Outras, árduas lutas e trabalho tiveram para as ter e conquistar. Com esforço de bastante trabalho, nasceram e se construíram.
                O ser humano sempre tem a tendência de possuir aquilo que mais gosta e que lhe é                             aconchegante. Uma grande parte da sua vida, é recheada de cansaços e trabalhos, quantas                 vezes árduos e mal interpretados e pouco recomendados, para alcançar os seus objectivos.                 Quantas recordações que ficam com suor amargo, de quem nunca se quis desfazer delas,
                vínculos perpétuos, marcas de seres que foram e agora não             existem.
               Mas nesta curta vida que o ser humano tem, o tempo passa sem que ele dê por isso, ela se                  perde com desejos e recordações. A sua existência é efémera e tudo que aqui tem, deixa.                   Tudo acaba e tudo fica. Afinal tanto trabalho pela posse dessas recordações que lhes eram                   queridas, aqui ficam e nada vai de quando seu corpo perecer. Tudo deixam…
               Lembranças que ficam quantas vezes esquecidas ou abandonadas por pouca utilidade                          parecem ter. Lembranças que se vão apagando com o tempo, se vão corroendo com o pó,                 esse que consome as memórias daqueles que nas memórias foram do tempo da vida.

              Valdemar Muge