Wednesday, October 16, 2013

NO SUAVE SUSSURRAR

       

       No suave sussurrar da natureza,
ouviremos o adágio que ela nos dá
e falaremos com os sentidos recatados,
inspirados como ela os sabe oferecer.

Como crianças, envoltos na pureza espalhada,
deixaremos seguir nas aguas cantando
as pétalas por nós caídas da inocente flor
que o aroma deixou e a saudade levou.

Silenciosos, falar para quê?
- Tudo à volta é silente e vive.
Nossos corações, amor, sentem
o que os olhos vêem e dizer querem.

Silencio este que fala mais que quantas palavras:
Fala das felizes alegrias e das dores acontecidas;
É elo da vida que por nós passa, amor.
Com estas flores do silencio,
as palavras, soltas, foram nas aguas correndo
e ficaram  os ternos sentidos nos corações.

Acariciamos a densidade da Luz do amor
que envolve irradiando os corpos amados,
lúcidos e queridos nos seus desejos...
Ancorados no cais adjacente do amor,
o porto de chegada do destino da vida
proposto para todos de alegrias e dor.

Sejamos os rostos deste silêncio
cativos nos corações do amor,
que um dia recordemos com saudade
no repouso do ardor que ficou.

           Valdemar Muge

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