Numa habitação,
sempre existe objectos que são recordações. Quantos deles já passaram por várias gerações, lembranças que são transmitidas de uns para outros; objectos
estimativos que lembram sempre alguém que foi querido que simboliza a sua
existência permanecida, quantas vezes junto de nós.
Sempre
há numa sala, uma lembrança que a alguém lhe foi querida, lhe era sentimental
ou lhe estava perto do seu coração afectuoso. Essa, símbolo permanente,
continua na sua existência, em cima de uma mesa, numa parede ou aconchegada a
um canto de um compartimento, sempre à espera que as gerações futuras, delas se
lembrem e se recordem desse alguém querido que existiu em tempos.
Quantas
existências dessas lembranças, tiveram história. Umas nasceram de amor e afecto
trocado entre dois seres. Nasceram de datas significativamente belas e
amorosas, para ficarem como marcos perpétuos desses seres. Momentos belos que a
vida tem e não se deve perder. Outras, árduas lutas e trabalho tiveram para as
ter e conquistar. Com esforço de bastante trabalho, nasceram e se construíram.
O
ser humano sempre tem a tendência de possuir aquilo que mais gosta e que lhe é aconchegante. Uma grande parte da sua vida, é recheada de cansaços e trabalhos,
quantas vezes árduos e mal interpretados e pouco recomendados, para alcançar os
seus objectivos. Quantas recordações que ficam com suor amargo, de quem nunca
se quis desfazer delas,
vínculos
perpétuos, marcas de seres que foram e agora não existem.
Mas nesta curta vida que o ser
humano tem, o tempo passa sem que ele dê por isso, ela se perde com desejos e
recordações. A sua existência é efémera e tudo que aqui tem, deixa. Tudo acaba
e tudo fica. Afinal tanto trabalho pela posse dessas recordações que lhes eram queridas, aqui ficam e nada vai de quando seu corpo perecer. Tudo deixam…
Lembranças
que ficam quantas vezes esquecidas ou abandonadas por pouca utilidade parecem
ter. Lembranças que se vão apagando com o tempo, se vão corroendo com o pó, esse que consome as memórias daqueles que nas memórias foram do tempo da vida.
Valdemar Muge
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