Saturday, May 30, 2015

O MEU OFICIO

  
Procuro no papel o nome da minha profissão,
procuro o ofício de meu exercer,
mas como tem sido em vão,
só vejo papel em branco neste viver!

Que artificie será o meu,
que queria construir com esta terra que piso,
com esta natureza que abraço,
com este mar que me aconchega
e não sei o nome de meu ofício.
Queria ser construtor de fraternidade,
de um mundo de harmonia e paz,
como queria tornar meus desejos em realidade,
mas não encontro bem a forma como se faz.
Com as águas das fontes e a frescura do mar,
lavaria a impureza que reina neste mundo;
com a natureza, sassaria a fome que tanto prolifera
e com uma flor em cada ser, em cada mão,
construiria a fraternidade desejada.

Serei construtor de palavras, de sentidos...
sigo nos caminhos da esperança
que percorro com as palavras do tempo da renovação,
canto pelo caminho os poemas que o coração desejou,
deixo as mensagens a todos que me queiram houvir
onde a minha voz ficou.

Não encontro nome para esta oficio,
assim fico incógnito de tudo isto,
ou não haverá meio de o dar e ser

a quem sonha e deseja neste viver?

Valdemar Muge

Sunday, May 24, 2015

ESTE MEU PEDIDO


Pedi-te a rosa que na mão levavas,
e deste-me tantas quantas que no teu coração guardavas.

Ao me olhares, tinhas um sorriso vindo, pedi-o,
mas deste-me um mar de quantos afetos queridos.

Pedi-te um abraço vindo do coração,
oh! quantos e quantos me destes na tua paixão.

Pedi-te que nossos encontros não fossem ilusão,
não, não foram, foram sementes queridas de união.

Pedi-te um pouco de alegria e compreensão,
e deste-me uma vida cheio de felicidade e amor,
polvilhada com as flores
que do teu coração desabrochavam,
dos sorrisos e abraços
que da tua paixão partilhavam,
numa vida de querida união.

No pedir, nasce a humildade,
mas no partilhar, nascem vidas cheia de beleza.

 Valdemar Muge

Saturday, May 16, 2015

GENTE DA MINHA TERRA


Gente esta que trabalha ao alvorecer do dia,
que desperta para a labuta do dia-a-dia
desde a aurora de cada dia.
Gente que se não deixa vencer,
que luta, que trabalha,
que procura o seu querer.

Esta gente que todo o dia dá o seu esforço,
quanta fadiga a inflama,  
mas também ama,
também afeto partilha.
Gente que abraça a luz da alegria,
que tem o cheiro do sofrimento,
o odor das flores,
a imensidão da cordialidade.
Esta é a gente dos caminhos da esperança,
da concórdia, da amizade e da paz.

Gente quando no dia começa
a força da vontade de vencer alvorece,
ideal que a ela pertence...
mas ao fim do dia,
o cansaço flui ao coração...
e como prova de gratidão
daquele dia que a vida lhe deu,
ao céu ergue uma oração.
  
Mas nesta gente que canto,
(digo-vos com esta voz que levanto,)
que nela ainda querer há,
e sempre haverá,
para no entardecer do trabalho,
um dileto abraço dar,
um afeto difundir,
o amor querido na família espalhar.
Estes são os corações de esposa, filha ou mãe,
tão grandes são como jamais alguém tem.

Esta é a gente que quanta vejo,
que quanta amo,
gente da minha terra,
que no meu coração encerra.

Valdemar Muge

Friday, May 01, 2015

O PEDINTE



Quando caminho na rua,
que desejo este
meu coração tem de pedir,
que desejo este tem de sorrisos,
de olhares,
de amizades!
Mas há tanto tempo o faço
quando por vós passo,
sempre quero encher um regaço
de quantos afetos, de simpatias,
de fraternal amor,
para depois os partilhar para todos
aqueles corações que necessidade têm.

Que pedinte este,
que vê o mundo com tanta carência
de concórdia e de paz,
vê quanta miséria e jactância,
vê quanta falta de fraternidade e amor,
e seu coração quando pela rua passa,
o fraternal desejo de todos abraçar
com o óvulo da paz e,
se reproduza por todos os seres.

Serei o incompreendido
por acharem que não tenho razão
ou por não compreenderem que não há razão
para a razão deste desejo viver?
Serei louco ou sonhador neste viver
que em mim se tornou?
Mas serei um ser que procura a fraternal paz,
um mundo mais compreensivo e feliz,

sem olhar ao que o coração sente e faz.

Valdemar Muge