Saturday, October 19, 2019

NO OUTONO DA VIDA



Desse Outono,  dá-me todas as folhas que dele te vão caindo,
que eu as transformarei em flores de primavera, para ti, amor;
Dá-me todas aquelas tristes e melancólicas que ainda possuis,
que eu te darei ainda mais de outras tantas de alegria e felicidade;
Dá-me aquelas sofridas e dor sentida que te envolveram o coração,
que eu te darei tantas quantas de carinho e afecto
polvilhadas de paixão.

A aragem da vida,
te trouxe o terno Outono, a nostalgia, a saudade...
vem comigo, amor,
que iremos por além, com os sorrisos da felicidade,
com a alegria da vida, com a paz do amor.
Neste nosso abraço,
levamos a sensação do eterno Outono,
transformado em primavera rejuvenescida,
com o aroma das rosas de carinho que nos envolve...
a brisa continuará a levar-nos até às estrelas da paz
que nos iluminam e nos abraçam na nebulosa do amor.

Acredita, amor, que esta alma que o coração te ama,
o amor envolto no renascer da vida de cada dia, que encanta,
vence e transforma em realidade os sonhos queridos
que mais desejamos e se renova nos nossos Seres.

Valdemar Muge 


Wednesday, September 25, 2019

ESTE NOSSO OUTONO



Nesta quietude e dourado Outono    
que à minha volta se espalha,                                                           
bebo do seu cálice de afago e poesia,                                                  
de felicidade e alegria à vida,                                                               
por hoje o poder abraçar e vive-lo dia-a-dia.

O vento me envolve com as folhas deste Outono dourado,                                              e a alma se extasia, 
no embalado encanto destes serenos dias. 
Neste Outono que tenho e vivo,                                                          
ele traz-me as recordações dos perfumes de mel                             
de quantos entes queridos e amados;                                                                               
dos convívios, no crepitar do lume na lareira                                     
de tempos jamais esquecidos.                                   
Desses tempos de menino, 
ficou o odor das flores de felicidade, 
como recordação para este Outono que canto.                                                  
Era então, o rebentar das flores da Primavera, 
que tudo era sonho, ilusão,                                                                                             as almas cantavam e os corações tudo queriam amar.
Mas no Outono presente, 
não quero a saudade das cinzas do passado, 
nem as lágrimas e desilusões que o tempo as levou...               
quero o suave encanto de hoje, construímos-lo,                                                              a alegria do presente e a esperança do futuro.                           
Quero a alegria da felicidade em todos os corações.                  
Quero o riso de cada manhã que renasce,                            
embalado em sonhos acessíveis que a vida nos oferece.          
Quero as mãos e os abraços da fraternidade deste Outono,    
dados em cordial harmonia e concórdia,                                              
e, os lábios e os rostos felizes, em união de felicidade,                      
e todos os membros do corpo,                                                              
se abracem em elo de alegria em fraternal igualdade.             
 Quero a paz deste momento,                                                                  
para espalhar nos meus irmãos                                                                
que sofrem neste mundo conturbado,                                                  
para que todos se ameim, que todos sejam felizes.
Quero a alegria deste Outono de poesia,                                        
para apagar os queixumes                                                                               
e os gritos que chegam até nós:                                                                     
da dor dos desempregados,                                                                          
dos gemidos dos famintos,                                                                           
da angústia das crianças dispersas,                                                               
do desespero dos torturados                                                                            
e da agonia dos moribundos,                                                                   
nesta imensa e humanidade ferida.                                                            
Oh! Membros que sangram, sejam felizes,                                              
tomai a alegria deste Outono que vos abraça e afaga!                           
Porque se assim sofreis,                                                                       
também não posso ter alegria e com vós sofrerei.

Cantemos, abracemos-nos, sejamos felizes!                             
Construamos mil Outonos de paz e amor!                                                   
Se neste Outono, o de hoje, não for aquele que queremos,               
onde as folhas sofridas descansam no silêncio,                         
procuramos sempre o que idealizamos e amamos,                                     
o que sempre a alma ansiou,                                                                            o da serenidade e da paz…                                                              
Estaremos juntos, nesses nossos Outonos,                                       
abraçados ao encanto da poesia, 
ao encanto da felicidade.

Valdemar Muge

Saturday, September 07, 2019

SETEMBRO AMIGO



É nestes dias de Setembro...

Que as pétalas de rosas orvalhadas da manhã,
que se envolvem na frescura da natureza, te suaviza;
que recebes o doce aroma das últimas rosas
que se despetalam,
em terno adeus de saudade, se despedem:
Guarda esse encanto que delas te vem,
por ser as últimas de Setembro que tens,
não menos encanto têm,
até que as novas rosas que para o ano virão desabrochar,
novamente te afagarão.

É nestes dias de Setembro...

Que os teus sorrisos, amor, têm a cor da romã,
e os teus lábios são frescos como as maduras amoras
que saboreias,
como fresca é a água da fonte, à boca te beijando;
nos silêncios, os abraços que preenchemos,
têm quanto sentir querido,
e as palavras, quanto afeto e amor,
dos corações dialogando junto do fresco mar,
e na doçura dos declinados dias, anoitecendo.

Os dias de Setembro...

Está no riacho que desliza afagando o nosso olhar
da esperança, da concórdia do amanhã.
Tem a claridade que nos ilumina e que nos abraça de afeto
e simpatia entre todos.
São dias queridos,
que recebemos e devemos amar este mistério da vida.

                                      Valdemar Muge


Wednesday, March 20, 2019

HINO À PRIMAVERA



Renasce-te Primavera!
Vem fluir as tuas pétalas de alegria e de felicidade,
aos corações tristes e melancólicos do Inverno que passou!

Renasce-te Primavera, à Natureza!
Sejas a promessa do que cantas em teu poema
de nova vida de rejuvenescimento e louvor;
és a promessa da cordialidade, do amor e da paz,
porque para traz, ficaram os ódios,
as contradições maléficas das vinganças e das guerras,
nos charcos infetados do Inverno que findou.

Renasce-te Primavera!
As longas noites de Inverno, já passaram.
Vem florir os dias prometidos,
aqueles que ainda espero ter,
aqueles onde quero encontrar o alegre canto da andorinha,
o desabrochar da flor, da seara, da vida!
Vem, para que possa cantar o hino à natureza,
o louvor ao Criador.

Renasce Primavera,
que com minhas mãos te abraçarei,
e juntos, com tuas pétalas de amor,
iremos encher os corações de tua alegria
às vidas queridas que encontrarmos,
de paz, de felicidade no futuro que nos espera.
E, no silêncio da tua poesia,
ouviremos o cantar dos pássaros e o encanto das flores,
nesta terra onde tanta falta de primavera existe.

Valdemar Muge

Sunday, January 27, 2019

O LAMENTO DO MAR


                          
    
              Era um mar de hinos, de louvores;
de sonhos, de anseios;
de alegrias e de dor.
Um mar que foi e agora já não é o que era:
uma recordação dessa tradição, dessa labuta.

Era uma praia de branca areia,
onde a alegria e a felicidade juntas existiam;
onde as vozes cantavam e os corações se encontravam;
onde os pregões nasceram e a Varina se exaltava!

Agora, já não há barcos, não há pescadores,
não há varinas que deste mar e desta praia viveram,
e o pregão então cantavam:
"É do nosso mar, fresquinho a saltar, quem quer, quem quer!"
                               Desse nosso mar,
já não mais haverá esse peixe que nas ruas se vendia.
Há saudade e tristeza daquilo que era, que foi e jamais será.
Agora, esse mar, à praia um lamento vem deixar,
uma saudade vem beijar, a recordação lembrar,
porque nele está o eco das vozes que dele viveram,
e na praia, sempre estará a frescura matinal do abraço
que o pescado partilhavam.
As Varinas, essas, oh! Não choreis...
(Mas ainda haverá algumas desta praia, deste mar?)

 Homens deste mar, Mulheres desta praia!
 Fostes um marco desta terra:
 Com a vossa fé, vencestes o temor das águas
 com o grito da valentia e a coragem do crer;
 com vosso pregão, levastes seu encanto,
 sua beleza, sua graciosidade por terras além,
 por horizontes da vida.                                    
O tempo, não apagará o valor destes homens e destas mulheres
que venceram uma luta pela sobrevivência da vida,
que jamais se esquecerá das nossas memórias.

 Valdemar Muge