Saturday, March 25, 2023

FOI DO SILÊNCIO




  

FOI DO TEU SILÊNCIO

 

Foi do teu silêncio, que guardei em mim,

os teus aromas e o florescer que há em ti,

terra minha, que sempre os terei para cantar;

 

Foi no teu silêncio, que encontrei o amor,

a alegria da felicidade, o alívio da dor,

que  os guardo para sempre deles partilhar;

 

É no teu silêncio, que encontro as palavras desejadas,

as que canto aos corações para se tornam amadas,

que sempre as cantarei e para vós as darei.

 

No silêncio, encontro a essência que sou,

de onde vim, onde estou, e para onde vou...

para sempre convosco fraternalmente permanecer.

 

Anseio o tempo presente, o passado já está ausente...

quero as realidades, vivendo com as sinceridades

de todos e para todos com honestidade.

 

Gasto o tempo presente, amei o que passou em cada dia.

Amanhã, nascerá mais essência, mais crer de harmonia,

mais fraternidade, mais lealdade para a vida.

 

Quando a alma o silêncio não tem, precisa e pede,

esse sublime encontro de Mistério que se sente,

está serenamente no infinito embalo das ondas

adormecendo a saudade, (essa nostalgia carente,)

e despertando a alegria para a cantar suavemente;

no esplendor dos céus,

nesse mistério tão grandioso que nasceu,

e Divinamente nele cremose vive, 

o que no espírito nos floresceu;

na maravilha da natureza que dela fazemos parte,

existência de vida jamais igualada e criada.

 

Encontro o suave bálsamo do silêncio,

num simples sorriso partilhado, numa ternura amada,

num gesto de amor, num olhar de quem seja for.

Abracemos esse Universo, e teremos a paz, o amor,

a felicidade que o espírito humano anseia e precisa.

 

Assim canto do silêncio, o encanto seu,

que este silêncio me deu.

 

Valdemar Muge

 

O REGRESSO



O REGRESSO

  

 O regresso à terra onde nasceste,

é festa da saudade que te cresceu,

da tida ausência que a vida te deu;

memórias vivas, jamais esquecidas,

guardadas... recordando-as, quantas te sorri,

mas outras, tristes, também as tiveste em ti.

 

Na ausência tida, o rumor do marajsr das águas,

da aragem, do vento da tua terra, te chamam:

porque nas tuas veias, corre o sangue da saudade

do teu tempo da mocidade que o tempo a levou;

porque tens a força criadora da terra, que aqui ficou,

o odor das árvores, do trigo, das flores que abraçaste;

tens os sorrisos, as palavras, tudo que amaste,

e quantas amizades que partilhaste,

essa vida onde nascestes e viveste

com o afeto do seu povo, os testemunhos da tua existência;

as raízes da tua descendência que esperam por ti:

é vida de que fazes parte, que se sente e existe aqui.

 

Quando, enfim, regressares, a naturezas te sorri,

o mar te cantará com as gaivotas a sua melodia,

o dia terá mais luz, e as flores mais encanto;

a andorinha te recebe e as gentes mais felicidade,

porque o amor á terra mãe, que nela nasceu, vencerá,

para ter o filho esperado que é seu.

 

Eu, farei parte dessa festa!

Cantar-te-ei aromas de alegria, ternura, harmonia.

 

Valdemar Muge 

AQUI


 

AQUI


Aqui, neste recanto de terra florida,

correm as águas que ouviram suspiros de amor,

e quantos desabafos de tristeza e dor

do sentir dos corações apaixonados e magoados...

e nesse sensível sentir, o suave alívio tiveram,

do doce bálsamo que ali permanece

da terra, do céu, dessa paz que lá habita e a nós oferece.

 

Aqui, é berço das sete fontes das águas do passado,

( hoje, menos são, as outras já lá vão...)

onde o alegre nascer das suas águas do tempo levado,

 brotavam melodias que inspiraram poetas de então.

Como eram fontes de águas cristalinas, saudades tidas,

agora, são recordações á memória, vindas...

 

Aqui, nessas águas que correm, que são espelho da lua,

e o sol aconchegando, beijando, acarinha a sua natureza...

recanto este, que é pouso de tamanho encanto e beleza;

onde se ouve o melodiado chilrear dos pássaros,

e o silêncio refrescante da paz;

onde mora a oração no templo que ali jaz,

símbolo da Fé e crer deste povo que aqui a vivência faz.

 

Aqui, povoa o suave silêncio desta terra, desta gente;

onde se ergue a memória do passado e do presente;

as madrugadas da esperança renascida,

e o descanso da noite esperada, prometida;

é poema de palavras cantadas que lá vivem pousadas

desta terra que se espalha até ao mar

de alegrias e mágoas, que nos faz amar.

 

Valdemar Muge