Saturday, May 30, 2015

O MEU OFICIO

  
Procuro no papel o nome da minha profissão,
procuro o ofício de meu exercer,
mas como tem sido em vão,
só vejo papel em branco neste viver!

Que artificie será o meu,
que queria construir com esta terra que piso,
com esta natureza que abraço,
com este mar que me aconchega
e não sei o nome de meu ofício.
Queria ser construtor de fraternidade,
de um mundo de harmonia e paz,
como queria tornar meus desejos em realidade,
mas não encontro bem a forma como se faz.
Com as águas das fontes e a frescura do mar,
lavaria a impureza que reina neste mundo;
com a natureza, sassaria a fome que tanto prolifera
e com uma flor em cada ser, em cada mão,
construiria a fraternidade desejada.

Serei construtor de palavras, de sentidos...
sigo nos caminhos da esperança
que percorro com as palavras do tempo da renovação,
canto pelo caminho os poemas que o coração desejou,
deixo as mensagens a todos que me queiram houvir
onde a minha voz ficou.

Não encontro nome para esta oficio,
assim fico incógnito de tudo isto,
ou não haverá meio de o dar e ser

a quem sonha e deseja neste viver?

Valdemar Muge

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