Estas
mulheres que passam,
quantas ligeiras outras pesarosas,
são como aves viçosas
e outras tristes, vagarosas.
Mas que quantas e como alegres vão,
com a felicidade no olhar a brilhar,
são mulheres da primavera,
com a força da luz a resplandecer na vida,
a amar toda a sua gente querida.
Mulheres filhas da luz,
mulheres mães da natureza,
mulheres de abraços maternais,
de carinhos, de trabalho do dia-a-dia,
mulheres de fé,
mulheres de coragem, até.
Elas passam, vivem,
e seguem para a luta da sua vida!
Mas quantas também passam tristes, pesarosas,
com os corações ensanguentados de dor,
os olhos humedecidos sem voz,
no silêncio,
das lágrimas derramadas, sofridas...
saudades de alguém que lhe era querida.
Gente vestida de preto,
sinais do seu luto sofrido,
quantas viúvas de alma enegrecida,
outras sem o filho, já perdido,
são gente do outono com folhas caídas,
almas com corações sofridos,
que já não têm os seres que já não lhe vêm,
que já nome aqui não têm
mas dentro delas eternamente moram.
Estas são as mulheres que dão vida ao
mundo,
e o mundo lhes canta a vida;
que enchem a natureza de encanto,
e encantam o viver de quem as amam,
e florescem os corações de amor.
Estas são as mulheres de sonhos e de
fé,
as da seiva da natureza da vida,
com o perfume das flores
e o suor da labuta.
,
Valdemar Muge
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