Saturday, August 05, 2006

NO ESPELHO


Espelho que nele me vejo,
um ser do mundo que dele quanto me queixo!
Um humano neste turbilhão inquietante,
que sempre tem que protestar a cada instante.
Serei culpado?
- Grito à paz e não vejo a concórdia entre os povos;
Desejo a esperança da fraternidade entre todos
e não confiam no afectuoso amor que temos;
Amargurado me vejo quando queria em todos a justiça
e vejo-a tão transformada em iniquidade!
Mundo este, tão perturbado que te vejo,
ansiedade constante, para melhor, quanto latejo!
Tanta impudência camuflada no manto da bondade,
e tanta miséria encoberta na vergonha da humildade.
Pareço-me imolado pelo que em redor vemos,
e como maravilhosa é a vida que recebemos

e parece que muitos não a querem abraçar
quando a devíamos amar!
(Excelso hino de louvor devíamos cantar.)


Que desapareçam nos espelhos os culpados das guerras;
as faces do ódio e da maldade;
Os espíritos da vingança e da cobardia!
Loucos estes que não sabem o que fazem,
que vivem na escuridão da iniquidade.
Tu, que poderás moldar para melhor
este quadro desumano, atroz e de dor,
espalhar a paz e a felicidade,
ergue-te e clama a justiça, a concórdia e a bondade!


Como seria maravilhoso, todos se verem a um espelho
e se sentirem felizes neste mundo em que vivemos.

Valdemar Muge

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