Saturday, August 05, 2006

REFLEXÕES


O momento de reflectir do tempo vivido,
sempre nos aflora, quem o não tem?
Seguir o caminho destinado,
percorrer os caminhos da vida,
tentamos vencer os obstáculos, tropeça-se,
mas a vida que se encontra, essa, como é bom amar…
Maravilhosa história que temos para contar.
Fazemos parte da natureza que a nossa volta existe,
ela, é vida complementar da nossa existência.
Nos meus versos, cantei o que mais amo,
sempre quanto o que à minha volta vi.
Ao escrever, o sentir esvoaça deste fragmento da natureza
de que dela faço parte,
como as pétalas da flor que dão o aroma à poesia,
que se exala em cada ser.





ABRAÇAI AS CRIANÇAS, SÃO AMOR








Cantei à criança, a alegre e feliz,
período da vida de maior encanto e pureza…
Pois elas são irradiação de tanta beleza.
Também o fiz à infeliz, que sozinha vive sem paz e amor,
sem culpa, sofre as consequências das guerras,
do desleixo e das ganâncias dos homens!
Por quanto tempo este, ainda irá continuar
esta agonia da humanidade?
- Todo o homem devia amar, mas muitos vivem para matar!
Abraçai as crianças, e a paz do amor, florescerá.
Elas são a esperança que um melhor futuro virá;
elas querem compreensão, porque trazem doçura;
elas querem felicidade, porque trazem alegria;
elas querem amor, porque trazem paz.





MULHER, É DOÇURA QUERIDA









Cantei à sempre e querida mulher,
desde da jovem até à mais idosa,
porque são fluxo de quanta poesia:
São alegria, amor, amparo e carinho;
são vida que vida dão, mesmo por vezes dando a sua!
À afectuosa esposa, ditoso casal que a tem;
à exemplar mãe, sublime acto que a mulher pode dar;
a dedicada à causa do bem estar da humanidade,
é mulher digna que sempre deve ser cantada!
Mulher é pois elo da fraternidade e da paz.
Quantas lágrimas a mulher brota na sua dilacerada dor,
nos seus momentos de aflição e desgostos,
nos seus silêncios e resignações,
mas quantos corações faz sofrer em paixões amorosas
nesta humana vida que o ser é tão difícil de
compreensão e sensível aos desejos do coração.






MULHER VAREIRA, SAUDADE RECORDADA








Cantei à mulher vareira, simples e humilde,
àquela que coloria a rua com o seu pregão e graciosidade,
tão características da sua terra.
Hoje, dessas, pouco já encontro… os seus pregões
já não se ouvem e a graciosidade longe já vai.
Onde está a juventude que nas noites sanjoaninas cantavam
e dançavam à roda da fogueira, nos seus típicos bairros?
Construíam o seu pavilhão de canas e pinheiros
e o engalanavam de flores e coloridos balões;
a alegria espontânea brotava dos seus corações.
Mocidade esta... Mocidade bairrista e alegre de folgar;
mocidade que se mascarava em tempo de Carnaval
e sabia brincar em diálogo gracioso.
Agora, quanta passa com ar de intelectual,
a mulher que já não parece ser a que sempre cantei;
a mulher que pensa ser aquilo que é,
mas é aquilo que pensa não ser.



   


  NOSSA TERRA, ABRAÇO PARA A VIDA






Jamais esqueci a minha terra,
tentei cantar o que nela encerra.
Ao seu povo, aquele que labuta por uma vida melhor,
povo que no seu coração, também sofre na vida...
mas quanta alegria dentro de si também possui:
a folia e a felicidade lhes trespassa nos seus peitos,
maneira de ser desta gente, que a todos quer abraçar,
a todos tenta ser um amigo, um companheiro, um irmão.
Razão porque gente de longe aqui ficou
e esta terra abraçou.



MAR, REFLEXO DA VIDA








Cantei aquele mar que as macias areias vem afagar,
que nas frescas manhãs nos chama à sua carícia
e as tardes nos atrai, para com ele estar!
Àquele mar que nos encanta na mansidão da sua frescura,
e a aragem que dele vem, envolver todo o seu povo;
ao seu murmúrio que junto dele nos embala
em deleite amoroso dos seus apaixonados.
Mas também quanto bravo és aos teus pescadores,
que na dura labuta, tantas vidas tens roubado;
dores dilaceradas trespassam nos corações…
Mar este que és, de encanto e desencanto,
para os que te abraça, és felicidade e também desgraça;
para muitos, és regalo e prazer;
para outros, és labuta e angústia:
vida esta tão desigual que se enfrenta
e não se chega a compreender.




RIA, REFUGIO POÉTICO







Cantei à ria desta beira-mar:
Ela é beleza que sobressai a quem por lá passa;
é suavidade que se sente e sempre nos enlaça;
é acolhedor espelho que a vaidosa lua vem espreitar;
é sonhador recanto da natureza que tanto nos deleita.
Mas hoje, quanta tristeza nos dá com tanta poluição…
Gente sem escrúpulos que não estimam a sua natureza.




VIDA, HINO SEMPRE CANTADO










Cantei à vida e sempre o farei;
a da esperança que procuramos para o futuro;
a da alegria, da paz e do amor.
Ela seja o germinar da generosidade com o semelhante;
o elo da fraternidade entre os homens;
a força Divina para que todos sejam bons irmãos
e um mundo de paz sempre resplandeça.



QUE A PAZ REINE EM TODOS OS CORAÇÕES






Nos meus versos, a religiosidade do povo que cantei, não foi esquecida,
pois a sua fé que se propagou durante anos,
nos dá mostra nas suas procissões seculares
onde tantos forasteiros as vinham ver,
mas hoje… menos se vê.
As Capelas que nesta terra existem e outras mais então,
são marcos que comprovam a fé que sempre tiveram,
mas na evolução do tempo, parece que essa nele se tem diluindo.
A chama da fé, vem na constante renovação do amor que Cristo clama!

Em cada dia, alimentemos a seiva do amor e da paz!
Bastaria o verdadeiro entendimento entre todos:
A cruz da compreensão e da fraternidade, é humana;
a cruz do amor e da amizade, é a bondade;
a cruz da paz e da felicidade, é a verdade;
a verdadeira cruz da glória, seja o amor entre os homens,
que como seria bom todos a quisessem abraçar,
e assim, a paz reinaria nesta Terra tão conturbada!

Cantar ao amor, é cantar à paz e à felicidade,
é cantar à esperança do entendimento entre todos
e não se destruam a si próprios.
Encontraremos assim, povos em progresso e felizes.

Estes meus versos que cantei,
foram mensagens que melhor pude transmitir;
foram sentimentos que quis oferecer,
saudade que é bom recordar;
belezas que vi e nos faz amar;
são fragmentos da vida que passamos;
são pétalas de poesia, que no futuro recordamos e amamos.

Valdemar Muge

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