Saturday, April 02, 2016

O MILAGRE DA POESIA


Que grandeza maior poderá o poeta ter?:
Se tem a força do mar para sempre cantar;
se tem o universo dentro de si, para amar;
se tem o sentir da natureza,
que nas palavras deslizam e nascem para a todos dar!

O poeta,
é seiva que germina do fluir dos seus sonhos:
ele se transforma de árvore da vida,
numa tão singela flor:
para acarinhar e beijar a beleza;
para cantar a inocência e encanto da criança
que por ele passa, em hino de louvor.
É brisa que corre,
para abraçar o deslumbramento da natureza;
é alegria, é dor, é sentir que dentro se si brota,
para à vida cantar e a vida amar!
Quando os silêncios povoam,
e as vozes de outros não entoam,
o poeta dá eco à voz da esperança,
à voz da luta, à voz do amor!
O poeta é rio de solidão que corre;
é fonte de água viva, que a alegria da vida canta;
é água que suaviza as cicatrizes do tempo que morre;
é bálsamo que enxuga as lágrimas dos rostos,
e dos corações de quantos desgostos.

Em cada dia que nasce,
é o fluir da vida que abençoa,
que deseja, que propaga!
O poeta é poesia:
É luz que brilha na escuridão;
é ar que dá força à vida:
que dá encanto, cor, amor, paixão!
É criador de sonhos,
lhes dá vida para a todos oferecer,
porque só assim pode viver!

Dizei-me agora, que grandeza maior poderia ter o poeta,
se assim não seria?
Nele, seu coração é criador, é sentir, é milagre da poesia!

Valdemar Muge

Thursday, March 24, 2016

PIETÁ


Qual das duas dores mais sentida e angustiante,
que o coração se flagela e tanto suporta?
Será ter a mãe, no leito sepulcral, morta!
ou, o filho, nos braços maternais, prostrado, sucumbido?.

São dores que na serena alma, a escurece,
o peito se rasga e o sangue trespassa.
São lágrimas que sufocam os sentidos;
são gemidos que se gravam na vida dilacerada.

Dizei-me ó gente!

Qual a dor mais sentida destas mortes tidas:
ter um filho nos braços, com a vida vencida
ou uma mãe, agora perdida, sucumbida, que era querida,
ser que na vida nos criou e nos deu a vida.

São dias que a escura noite trespassa o sentir,
flagelados corações que à dolorosa cruz se viu;
é pranto amortalhado que o coração sentiu,
mas que dor mais forte, pode a um ser, vir?

Pois a vós vos digo!

Estes são sinais da vida do ser, que na vida passam;
dores que no peito, se gravam e trespassam...
São caminhos que flúem e à realidade nos chamam
para a nova Luz que acreditamos e desejamos.


Valdemar Muge
                                                  

Sunday, March 06, 2016

POEMA DE AMOR



Nas transparentes manhãs de cada dia,
iluminados nossos corpos na luz que nos abraça,
vejo no teu rosto, o suave sorriso que irradia,
e o brilho nos teus olhos, o amor que cativa.

Em cada manhã que renasce,
nossos corações bendizem a vida que envolvemos,
e nossas bocas,
cantam o hino de louvor à vida que temos.
Sob o infinito céu das manhãs que despontam,
o amor permanece em suave pouso
nos corações que se abraçam de felicidade.
Nas manhãs silenciosas que alvorecem,
nascem os poemas de amor, de ternura, de carinho,
ainda cheios do orvalho que ainda permanece,
que as mágicas noites nos trouxeram,
e, então, nos nossos sentidos
floresce as flores da felicidade.
Na luz cristalina de cada manhã,
desenho o teu olhar, o teu sorriso, o teu encanto;
emoldo o teu retrato no meu coração,
e jamais deixará de permanecer para onde que eu vá.
Mesmo que voes, amor,
e longe estejas de mim,
o vento me levará junto a ti,
e a luz da felicidade nos abraçará em terna melodia.
Nas límpidas manhãs que florescem,
pudesse eu,
sempre, sempre,
apanhar um abraço do encanto matinal,
um sem fim do brilho que alvorece,
um infinito encanto da natureza que desponta;
pudesse eu,
nunca perderes o brilho do encanto teu,
e a vida que juntos, Deus nos deu:
Então, tudo em ti te oferecia,
para que sempre essa beleza em ti morasse,
porque assim eternamente eu queria.

Em cada manhã que renasce,
renovar-se-à o amor nos corações que se querem.

Valdemar Muge 

Saturday, February 27, 2016

QUANDO O VENTO PASSA



Passa o vento e tudo nele leva e esvoaça,
que bom seria, se ele também levasse e aqui não ficasse
as maldades que povoam e danificam no tempo que passa.

Levai-as, porque não fazem falta,
nem saudade delas que aqui fiquem!
Limpai esse tempo de poluição de tantos seres
desavergonhados que por aí habitam,
gente que renuncia a paz e a não acreditam.
Ide o vento, deixai o tempo limpo,
e que venha as primaveras da renovação e da pureza,
para que aos corações da gente tenha a esperada beleza.
Deixai limpos os caminhos da fraternidade e da reconciliação,
para que reine entre os povos a fraternal união.
E desses dias mórbidos de então,
onde habitavam as nefastas sementes das prevaricações,
que desapareça com o vento que passa,
e fique os claros dias da pura harmonia entre todos.          
As fissuras deixadas, feitas e tão maltratadas
pelas raízes das ervas daninhas e venenosas, então criadas,
que fiquem limpas com o vento da justiça e da verdade,
e delas,
agora floresça as brancas flores da pureza e da concórdia.
A paz irmanada, agora florescida nestes novos dias,
seja iluminada com a luz das novas auroras
e que sempre guie os corações de todas as gentes.


                         Nesse vento que passa, não vou,
                         não é meu destino, nem meu escolhido!
                         Sei aquilo que sou!
                         Prefiro a sua ausência,
                         nem saudades dele tenho,
                         só quero aquilo que tenho,
                         o que apenas anseio.
                         Sei onde estou!
                         Caminho nos caminhos limpos,
                         mesmo com fissuras,
                         mas nelas, a crescerem as flores da verdade e da retidão.
                         Por aqui irei,
                         até que as estrelas me iluminem
                         e por elas seguirei.
                         No tempo presente, agora limpo, ficarei!
                        Viverei com as emoções que acredito,
                        da nova aragem do amor e da felicidade,
                        que o querer dos corações soube conquistar.

                        Valdemar Muge 

Sunday, February 21, 2016

O ESPALHAR DOS SONHOS


Espalhei os meus sonhos,
na terra, no céu e nos  corações queridos,
com o desejo de se tornarem em realidades tidas
na vida que sempre desejamos que nos seja querida.

Deixei nos corações encontrados: as palavras sonhadas,
os sentidos da alegria, da saudade, da amizade e do amor, 
para que florissem e se frutificassem em todos os seres
e a paz reinasse em todos nós.    
Semeei as sementes da natureza, dos sonhos tidos,
aquela que sempre desejei: a que dia-a-dia se renova,
louvando a luz que a cria e sem poluição,
para que o planeta sempre tenha a vida que todos merecem.   
Ergui ao céu os sonhos da esperança, do amor e da paz,
para que se espalhassem em harmonia universal;
deixei os gritos das denúncias e do desespero,
para que os silêncios não abafassem essas desgraças!    
Deixei o eco da música da alegria,
para que todos a ouvissem e ela fosse sentida nos corações
e todos se sentissem felizes e não mais tristeza tivessem.
Deixei no ar o meu sentir,
para que sempre fosse presença
e não mais fosse ausência nem saudade; 
de quando da minha ausência,
é que levarei de todos vós,
a saudade e a paz encontradas.
                          No espelho em que vos vejo, recordando,
                          ficam os doces sorrisos dos rostos que se cruzaram
                          e os momentos não menos queridos,
                          recordações daquilo que foi e agora saudades.  
                          Apenas deixarei a saudade da alegria,
                          para a quietude do espírito...
                          e o silêncio que se aproxima,
                          seja o repouso de meu cansaço. 
                          A arte porque passamos,
                          na que vivemos, na que amamos,
                          sempre viva na simplicidade dos corações
                          e na concórdia das gentes,
                          porque assim sempre florescerá a harmonia.         

                          Felizes são os sonhos que se tornam em realidades.

                          Valdemar Muge


Saturday, January 30, 2016

O TESOURO


Que tesouro maior guardo em mim,
sem que possa com ele escondido ficar:
meu pensar, preso não quer ficar
e livre nasceu para vos dar;
não tem preço que vos possa custar,
nem limite tem que possa findar.

Não! Não digam que as vozes já eco não têm;
que se não ouvem as denúncias das injustiças,
das maldades, das prevaricações,
porque as mordaças camufladas povoam no tempo!
Poderá ser que isso aconteça,
de quantas e tantas vozes não se ouvirem,
pelo querer de tanta gente... 
mas como possível será que isso ainda agora permaneça?...
mas, o pensamento, esse, sempre livre será,
a todos pertence  
e para todos se espalhará!
Esse tesouro, escondido não quererá estar,     
e sempre livre viverá!
Jamais alguém o roubará, de todos é, e sempre será,
jamais a liberdade nele se perderá!                                                                                               
                          Mas quanto no sentir cabe,
                          esse que jamais não terá fim,
                          tudo nele gera,
                          é força que grita,
                          é vida que renova,
                          é sentir que na alma trespassa,
                          é mar imenso, é amor sem fim.
                          Tudo nele sonha, tudo nele deseja,
                          é céu imenso de aves que o beija,
                          é universo de estrelas que se vê,
                          mas não mais alguém o apanha, mas que se crê.

                          Valdemar Muge

Saturday, January 23, 2016

NA RUA DA VIDA


Água que passa na rua da tua vida,
que água esta será que silenciosa levais?
Espelho este que de ti se reflete,
que me mostras,
que me dizes do sentir da tua gente?:
Será de chuva que a nuvem te deixou,
ou lágrimas de gente que a dor derramou?
Será de fonte de que nascente cantou,
ou de rio que água perdida se espalhou?

- Que não seja de lágrimas de triste criança,
sem amor, de fome, e sem esperança
de ter um mundo de amor e afeto...
Senhor, se de dor ela for, que não mais venha,
dai-nos-á para que criança só amor tenha!
Que não seja de mãe infeliz, de doloroso coração,
que a paz no seu lar não seja palavra em vão...
Mas que exista a felicidade e pão.
Água esta que corre,  de lágrimas não será...
porque se fosse de dor,
de sem afeto e amor,
ela salgada se sentia,
e de tantas lágrimas, a rua de tristeza se enchia.
Que seja de chuva,
porque assim, seu povo, tristeza não sentiu,
e a natureza, o abraço da chuva viu.
                         Que não sejam lágrimas de dor que no chão correu,
                         mas água que do céu caiu,
                         para à tua rua dar,
                         à tua vida partilhar,
                         para feliz correr até ao mar e o abraçar.

                        Em cada rua da nossa vida,
                        bendita a água que vida seu espelho reflete
                        os sentidos que nos passam e se sente:
                        a que faz renascer as flores que à vida despontam,
                        e a da esperança, da dor e da felicidade,
                        que o coração sente.                               

Valdemar Muge  

Sunday, January 17, 2016

OS PORTAIS


Eis os portais onde o tempo neles está gravado;
neles, está quantas histórias da vida passada...
marcos de vidas vividas para sempre recordadas,
símbolos vivos do que foram, do que são e do que serão,
firmes testemunhos de quem por eles passaram.

Eis os portais da fé que eles a acolheram,
fé de quantos, os abraçaram nos tempos passados;
das alegrias e felicidade que neles viveram;
da dor de quantos seres que por eles passaram,
e dos obreiros que briosos os construíram.
Foram firmes alicerces das vozes de mensagens da vida,
da justiça, da verdade!
Foram valo artes de quantas vidas por eles passadas.
Hoje, quantos agora são portais dos silêncios
das vidas que já não existem;
das vidas que para longe foram;
de tantos factos que jamais não serão esquecidos.
Eles marcaram o tempo, e sempre o marcarão,
são marcos da história que a história neles está gravada.
São os marcos das recordações de quantas vidas
que nos falam e nos lembram.
Abrimos as portas, passaremos por elas,
passaremos pelos portais de histórias de vidas
que quanto nos foram queridas e vividas.

As vidas foram, mas os portais continuam de pé,
valo artes da história dum povo!


                          Valdemar Muge

Sunday, January 10, 2016

CAI A NOITE


Lentamente cai a noite
nos dias que vão passando
e vividos nas auroras de cada dia
entre nós os dois.
Virá como querer anúncio de gélida despedida
ou desprender afetos conquistados entre nossos seres?  
- Não! Isso não!
Mas sim, o querer ser anunciação de paz e força de união.

Cai a serena noite nos dias da saudade,
e nos cansados dias da vida,
que junto passamos e os corações demos.
Ela cai... cai com suave névoa que nos cobre os alvos cãs,
noites estas que nos envolvem à luz das estrelas
e o cântico dos silêncios, os corações vão sentindo.
Cai a amena noite nas palavras dos dias luminosos,
nos dias que foram de sonho e de amor,
nos dias que nos foram quão formosos.
Ela cai... para nela vivermos repousados
na tranquilidade que os corações sentem e amam. 
A noite que vai chegando,
que o tempo impõe e não pára,
a noite que nos vai aspergindo:
as estrelas do afeto e do amor, a acompanham...
elas nos abraçam, e  protegem nossos seres eternamente.
A serena noite do outono da vida vai chegando,
nos vai abraçando, e vai ficando
no aconchego do calor dos nossos corações.

Os dias passados, nos serão de saudade...
os futuros, esses,
serão de eterno carinho e amor construído.
Agora, vivamos os nossos futuros dias de poesia,
faremos parte dos futuros dias de encanto renascido,
emoldurados nas luminosas noites de amor partilhado.


Valdemar Muge

Saturday, January 02, 2016

O NOVO TEMPO



Como vens cansado, irmão:
tua voz já não ecoa e tuas mãos, trémulas estão:
percorreste o tempo das incompreensões,
das mentiras e dos ódios;
percorreste o tempo das guerras, das vinganças, 
dos sobressaltos a cada momento.
Pesada e grande foi a tua caminhada!
A tristeza paira no teu coração
e a angústia sobressai no teu rosto,
depois de teres visto todos esses flagelos
neste mundo tão contornado.
O encanto que possuías, se esvaiu...
Agora, se transformou em pranto,
em desilusão, em dor que no coração feriu.
Como teu espírito está triste,
depois de passares  por todas as adversidades
que permanecem no mundo!
Ouviste os gritos do desespero;
sentiste a dilacerada dor;
mas também viste nos olhos do povo,
o brilho da esperança.
Mas não desanimes!
Dias melhores, surgirão.
O tempo da esperança surgirá e vencerá.

Agora repousa, e recupera forças para abraçar
os dias que hão-te surgir da paz e da fraternidade.

 Para traz, ficou o tempo maléfico
e no horizonte, avistarás o novo tempo que surgirá,
aquele de que anseias,
o da esperança na harmonia entre os povos.
Iremos juntos, cantar nosso canto
que deste pranto,
transformar em louvor de felicidade e de paz.

 Valdemar Muge

Saturday, December 19, 2015

TEMPO DE NATAL


O tempo de natal,
está na partilha fraternal entre os povos
irmanados lado-a-lado na paz e no amor.
Está no derrube dos ódios e das vinganças;
na construção da paz e no fim das guerras;
está nos afetos e solidariedade de todos nós.

O tempo de natal, sempre estará contigo, crendo:
Na tua face, está o sorriso da fraternidade
que podes dar a todo aquele que por ti passa:
esse, é um pouco de natal desejado, que possuis.
Nas tuas mãos,
está o óbolo da generosidade e da partilha,
repartindo o que de dentro de ti cresce,
essência de que sabes viver o natal.
No teu coração, está o afeto e o amor:
grandeza maior que podes espalhar,
afirmação de que de ti, o natal podes dar.

Vivamos este tempo de natal,
caminhemos ao encontro dos seres com os corações
da boa vontade na fraternidade e amor;
nos seres que querem que o natal não mais termine, 
que permaneça todos os dias em todos nós,
polvilhando este mundo que desejamos cheio de  paz.


Valdemar Muge

Saturday, December 12, 2015

O NASCER DO POEMA


Perguntaram-me como nascia meus poemas?
- Mas que afável pergunta essa!
Não o sabeis, é certo, vos direi em concreto
como surge esse sentimento:
Desta terra que sou, pescador me fiz
de sonhos e sentidos.
Procuro nos olhares de todos vós,
o que na alma permanece,
o que sois e o que vos resplandece.
Procuro sentir nos vossos corações,
as alegrias e as tristezas,
os desabafos e as suas graciosidades.
Então sim,
nascerá o poema ao povo que sempre cantei,
ao que amei,
ao povo da terra vareira!
Procuro no encanto da natureza:
a simples flor que brota junto à fonte,
que encanto grande tem
mesmo que do monte ela seja!
À suave ave que desliza junto ao rio e ao mar,
ao doce pássaro o céu beijando e junto de nós
o cântico que nos vem dar.
Então sim,
as palavras saem do sentir para vos dar
e nascerá o poema a esta terra que tudo isso tem,
e que no meu coração sente e vem!
Abraço o partilhar do dia e da noite;
o calor do sol e o encanto das estrelas;
a maresia e o marejar deste mar,
os silêncios e as vozes das vidas desta terra,
e assim, o coração brotará, para todos vós,
o hino de louvor à vida, ao amor, à paz!

Nas palavras do poema,
está o sentir dum povo
e o encanto duma terra do que nela encerra.

                            Valdemar Muge

Saturday, December 05, 2015

PROCURAS





Procuras a razão do que ainda realizados não são, 
os desejos teus de que há já quanto tempo foi,
muito tempo que por ti já passou,
o tempo que o tempo te levou,
tempo de sonhos e de idealizações
que um dia viverias num mundo de seres irmanados
lado-a-lado através do amor fraternal.
Disso, ainda esperas o que não viste.
Procuras a razão do que ainda não encontraste,
porquê todos não se darem como irmãos?
guardados ou esquecidos estarão
mesmo onde os desabafaste?:
Foste ó fontes e rios da minha terra,
(encantos estes da natureza que nela encerra,)
testemunhos desses desabafos sonhados:
desejos de os corações seres amados.
Vós já não os recordais! Tendes razão.
Vossas águas não os quiseram guardar,
porque vossos segredos levais para o mar.
E vós ó mar, os guardas-te, esses desejos tão queridos?
Se sempre recebeis quem vos procura
em terno abraço nesse teu marejar.
Oh, como isso seria possível partilhar
se agora os tivésseis pra mos dar!
Pois também o que procuro não guardais,
porque vosso destino, ó águas, é seguir e não parais.

Não encontrais razão de ainda não existir esse crer,
procurai-o então, meu irmão,
nos corações dos seres desta terra,
naqueles que têm o afago e o encanto
do nascer das águas das fontes,
e, nos olhos, a cor das águas do mar,
se guardam esses desejos teus e meus,
para ainda florir na primavera que há-de surgir,
para então afagar nossa dor:
a fraternidade entre os povos,
irmanados na paz e no amor.

 Valdemar Muge