Perguntaram-me como nascia meus poemas?
- Mas que afável pergunta essa!
Não o sabeis, é certo, vos direi em
concreto
como surge esse sentimento:
Desta terra que sou, pescador me fiz
de sonhos e sentidos.
Procuro nos olhares de todos vós,
o que na alma permanece,
o que sois e o que vos resplandece.
Procuro sentir nos vossos corações,
as alegrias e as tristezas,
os desabafos e as suas graciosidades.
Então sim,
nascerá o poema ao povo que sempre
cantei,
ao que amei,
ao povo da terra vareira!
Procuro no encanto da natureza:
a simples flor que brota junto à
fonte,
que encanto grande tem
mesmo que do monte ela seja!
À suave ave que desliza junto ao rio
e ao mar,
ao doce pássaro o céu beijando e
junto de nós
o cântico que nos vem dar.
Então sim,
as palavras saem do sentir para vos
dar
e nascerá o poema a esta terra que
tudo isso tem,
e que no meu coração sente e vem!
Abraço o partilhar do dia e da noite;
o calor do sol e o encanto das
estrelas;
a maresia e o marejar deste mar,
os silêncios e as vozes das vidas
desta terra,
e assim, o coração brotará, para
todos vós,
o hino de louvor à vida, ao amor, à
paz!
Nas palavras do poema,
está o sentir dum povo
e o encanto duma terra do que nela
encerra.
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