Procuras a razão do que ainda realizados não são,
os desejos teus de que há já quanto
tempo foi,
muito tempo que por ti já passou,
o tempo que o tempo te levou,
tempo de sonhos e de idealizações
que um dia viverias num mundo de
seres irmanados
lado-a-lado através do amor
fraternal.
Disso, ainda esperas o que não viste.
Procuras a razão do que ainda não
encontraste,
porquê todos não se darem como
irmãos?
guardados ou esquecidos estarão
mesmo onde os desabafaste?:
Foste ó fontes e rios da minha terra,
(encantos estes da natureza que nela
encerra,)
testemunhos desses desabafos
sonhados:
desejos de os corações seres amados.
Vós já não os recordais! Tendes
razão.
Vossas águas não os quiseram guardar,
porque vossos segredos levais para o
mar.
E vós ó mar, os guardas-te, esses
desejos tão queridos?
Se sempre recebeis quem vos procura
em terno abraço nesse teu marejar.
Oh, como isso seria possível
partilhar
se agora os tivésseis pra mos dar!
Pois também o que procuro não
guardais,
porque vosso destino, ó águas, é
seguir e não parais.
Não encontrais razão de ainda não
existir esse crer,
procurai-o então, meu irmão,
nos corações dos seres desta terra,
naqueles que têm o afago e o encanto
do nascer das águas das fontes,
e, nos olhos, a cor das águas do mar,
se guardam esses desejos teus e meus,
para ainda florir na primavera que há-de
surgir,
para então afagar nossa dor:
a fraternidade entre os povos,
irmanados na paz e no amor.
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