Wednesday, April 14, 2021

AQUELA CRIANÇA



                                AQUELA CRIANÇA... 

           Percorres o tempo que procuravas,

                   e será esse o que mais ansiavas ter?

                   Nele, terás descoberto essa procura que idealizavas?    

                   Porque para alcançar a felicidade,

                   a procura não tem limites.

 

                   Lembras-te, que quando eras criança,

                   imaginavas que querias ir nas asas do vento

                   apanhar as estrelas que te iluminavam,

                   e com elas, brincar, com elas viver,

                   porque querias ter esse encanto luminoso

                   para brilhares nos teus futuros dias que irias ser.

                   Para quê mais isso ter? Se já eras doce ser

                   que iluminava os corações queridos, tidos.

 

       Como então querias desfolhar as nuvens,

                   para ver se tinham o que delas sonhavas,

                   porque além do que aqui tinhas, mais querias ver,

                   porque mais querias descobrir onde houvesse

                   mais rios de afeto, flores de doçura, rostos de felicidade.

                   Às águas dos rios de quando junto delas estavas,

                   querias que elas levassem para o mar,

                   as maldades e os ódios, devastadores da pureza,

                   (como se fosse possível!...),

                   para que só ficassem os puros corações

                   e todos serem amigos, e todos se amarem.

 

                   Pois, quando se é criança, desse inocente tempo,

                   os sonhos nascem como fontes de água jorrando,

                   e rouxinóis felizes cantando.

                   Querem ser como pombas livres no céu voando,

                   e ver novos rumos, novo querer, desejando.

                   Têm sonhos de poesia que desabrocham, florindo,

        porque criança, é fonte viva de poesia, nascendo.                                                                                                                

Hoje, estás com saudade desse tempo de criança,

de quando as flores te desabrochavam das mãos,

e os lábios afagavam as faces queridas;

que contavas estrelas, e voavas com o vento;

que desfolhavas nuvens, e sonhavas com a lua;

que saboreavas a doce felicidade,

e afagavas as brisas do amor

no aconchego da silenciosa paz.

Mas esse tempo de inocentes sonhos, longe vai.

 

Mas sonha sempre,

sonha como ainda fosses criança,

e sempre acredita

na esperança dos teus desejos sejam realizados,

porque enquanto houver sonhos,

a esperança nunca morrerá na vida,

ela é força da caminhada a percorrer.

 

Valdemar Muge 

No comments: