Wednesday, April 28, 2021

SÃO ROSAS...

 


              SÃO ROSAS...

 Fui ao jardim para colher rosas, para te dar,

mas rosas ainda não tinham florido.

Só lá tinha amores-perfeitos, abrindo,

que te as trouxe com o sentir de te amar.

 

São rosas, amor, flor que mais gostas em ti sentir,

mas as que tens, as pétalas, já viçosas não estão.

Enquanto novas, no jardim, florindo não dão,

dar-te-ei as minhas que dentro de mim irão florir.

 

Mas, não te desesperes, amor, por rosas não teres,

porque se eu rosas no peito também ainda não tiver,

dar-te-ei do meu coração, o que sempre está a nascer:

tantos quantos afetos de amor, para teus olhos ver.

 

Entretanto, plantarei infindos jardins de rosas:

rosas brancas, daquelas que o amor não se apaga...

para que sempre as suas pétalas te afague a cara,

porque essas, são minhas e tuas, sempre serão nossas.

 

 Valdemar Muge

Tuesday, April 20, 2021

A MÚSICA QUE TE ENVOLVE

 


       A MUSICA QUE TE ENVOLVE

Quando leres as palavras que te escrevi,

sentirás nelas, quanta música por mim deixada;

têm as melodias que senti, que vi e sonhei para ti.

Elas, estavam em cada flor, em cada sorriso,

em cada gesto de ternura que vivi.

 

Essa música, que encontrarás nas palavras que leres,


veio da aragem que passa e sentes a segredar-te;

do nascer de cada dia que te acolhe, que te abraça…

a ouvirás, quando habitares a terra da música que te cantei.

Essa música que ouvires, escuta e guarda-a dentro de ti...


acarinha-a, porque tem o som das cristalinas águas das fontes;

o doce marejar das ondas

que sempre as espero, afagando-me, nas brancas areias da praia;

o hino de louvor do pescador nas águas do mar, orando,

e o pregão das varinas, a ecoar, cantando:

melodias essas, que também as guardei e com elas convivi.


Ela tem primaveras de esperança, de amor, de louvor á vida;

tem ternos outonos de poesia,

sonhos que passaram pela vida…

mas tantos mais eram que o vento os levou e me os tirou…

Essa tanta música que está nos versos,

são melodias da alegria de felicidade tida,

e, de tristeza da dor que então acontecia,

que sonhei e senti, nos silentes dias que vivi.

 

Oh! como ela voava, voava com as aves da minha terra,

em vaivém, abrindo horizontes que a natureza encerra,

(mas com elas não podia ir, porque asas não tinha, pudera);

ela corria com as crianças que felizes cantavam,

como feliz eu sentia, lembrando quando como elas, brincava;

como quanto aconchegava a dor do desespero e da pobreza,

essa dor que ecoava no sentir de angústia e tristeza,

que estavam enfim, nas calçadas das ruas da vida cotidiana.

É a música desta cidade, a música da minha terra,

a música que mais está gravada em mim,

a música da poesia sentida, querida,

que também, vós, a podereis encontrar, querendo

sonhando no aconchego da poesia como eu senti,

que vos escrevi e que sempre vivi!


Valdemar Muge

Thursday, April 15, 2021

AMANHÃ



                  AMANHÃ...

Amanhã viverei, se Deus assim quiser,

mas como queria amanhã então ver,

a vida humana deste mundo melhor ser!...

 

Amanhã queria ver,

a paz no irmão que inocente sofre;

queria ver as bocas de fome, com pão a comer.

Amanhã queria ver, manhãs de sorrisos de felicidade

nos rostos tristes angustiados,

e todos se abraçarem com sincera amizade.

 

Hoje, contigo, quero ir espalhar afetos de paz,

neste mundo tão conturbado e em aflição, que faz,

para amanhã, encontrar multidões de carinho,

e faces de sorrisos de simpatia em todos sem distinção.

Contigo, vamos desmascarar as injustiças e os corruptos,

as perseguições e as maldades;

criar saúde, e erguer cultura,

produzir trabalho, e clamar liberdade!

Construiremos hoje esse mundo novo,

sejamos os alicerces da concórdia,

para então amanhã, termos esses desejos realizados,

e desponte novas auroras com seres humanos

com mais fraternidade e retidão.

 

Seguiremos hoje com os passos da boa esperança,

com a mesma fé de Cristo Ressuscitado,

aquela fé que faz ver

de que é nosso irmão aquele doente que sofre,

e o desamparado das guerras, que súplica, que grita;

aquela criança sozinha sem amor, que órfã fica,

e a mãe que perde o filho sem que o possa salvar, a vida dar.

Hoje, cada um de nós, com espírito de renovação interior,

chegaremos a todos com a Misericórdia do Amor,

para então, amanhã, no novo dia esperado, renovado,

encontrar-mos as manhãs de uma nova vida de fraternidade.

 

Valdemar Muge 

Wednesday, April 14, 2021

AQUELA CRIANÇA



                                AQUELA CRIANÇA... 

           Percorres o tempo que procuravas,

                   e será esse o que mais ansiavas ter?

                   Nele, terás descoberto essa procura que idealizavas?    

                   Porque para alcançar a felicidade,

                   a procura não tem limites.

 

                   Lembras-te, que quando eras criança,

                   imaginavas que querias ir nas asas do vento

                   apanhar as estrelas que te iluminavam,

                   e com elas, brincar, com elas viver,

                   porque querias ter esse encanto luminoso

                   para brilhares nos teus futuros dias que irias ser.

                   Para quê mais isso ter? Se já eras doce ser

                   que iluminava os corações queridos, tidos.

 

       Como então querias desfolhar as nuvens,

                   para ver se tinham o que delas sonhavas,

                   porque além do que aqui tinhas, mais querias ver,

                   porque mais querias descobrir onde houvesse

                   mais rios de afeto, flores de doçura, rostos de felicidade.

                   Às águas dos rios de quando junto delas estavas,

                   querias que elas levassem para o mar,

                   as maldades e os ódios, devastadores da pureza,

                   (como se fosse possível!...),

                   para que só ficassem os puros corações

                   e todos serem amigos, e todos se amarem.

 

                   Pois, quando se é criança, desse inocente tempo,

                   os sonhos nascem como fontes de água jorrando,

                   e rouxinóis felizes cantando.

                   Querem ser como pombas livres no céu voando,

                   e ver novos rumos, novo querer, desejando.

                   Têm sonhos de poesia que desabrocham, florindo,

        porque criança, é fonte viva de poesia, nascendo.                                                                                                                

Hoje, estás com saudade desse tempo de criança,

de quando as flores te desabrochavam das mãos,

e os lábios afagavam as faces queridas;

que contavas estrelas, e voavas com o vento;

que desfolhavas nuvens, e sonhavas com a lua;

que saboreavas a doce felicidade,

e afagavas as brisas do amor

no aconchego da silenciosa paz.

Mas esse tempo de inocentes sonhos, longe vai.

 

Mas sonha sempre,

sonha como ainda fosses criança,

e sempre acredita

na esperança dos teus desejos sejam realizados,

porque enquanto houver sonhos,

a esperança nunca morrerá na vida,

ela é força da caminhada a percorrer.

 

Valdemar Muge 

Monday, April 12, 2021

QUANDO AS ESTRELAS BRILHAM




 

QUANDO AS ESTRELAS NOS BRILHAM 

Quando as estrelas nos brilham,

é sinal de felicidade que desce em nós,

é brilho de paz que quer permanecer entre os povos,

é estado de amor, afeto, carinho que sempre ansiamos,

é balsamo de felicidade na vida, que desejamos ter.

 

Quando as estrelas brilham nos nossos corações,

é sinal que a alegria da vida está presente, cantando;

a alegria que nos faz abraçar a natureza, agradecendo;

que nos faz amar os seres que nos rodeiam, estimando-os:

encantos estes, que descem dos céus, abençoando.

 

Quando elas me brilham e me procuram,

são mensageiras de saudosos afagos;

elas me seguem, me esperam Além.

Olho as estrelas desse infinito céu,

com a intuição de elas um dia me acolherem

nesses raios de Luz, de Amor infinito.

 

Agora sonho,

E deixem-me sonhar quando as estrelas me brilham;

quando a paz me permanece num silente amor;

quando essa suavidade na vida me acompanha,

amando-a, com este sentir que a poesia cria,

estes sonhos que a poesia… faz viver.

 

Valdemar Muge

Sunday, April 11, 2021

A VERDADE

 


                                A VERDADE

Nunca escondas a verdade,

ela sempre deve estar na razão da sentença justa e necessária.

 Poderá haver difíceis caminhos a percorrer para encontrar a verdade,

 mas essa, sempre estará no lugar certo.

 Só com a verdade, é que se consegue destruir a desesperada dúvida;

 Só com a verdade, se esclarece a causa do ódio e das injustiças;

 Só com a verdade, se solucionam o fim de guerras,

 das perseguições, das desavenças;

 só com a verdade, haverá paz, haverá Concórdia,

 porque ela faz parte da vida, está dentro de nós,

 nunca a deixemos perder, será nosso refúgio,

 razão da nossa existência.

 

 Valdemar Muge

 

Saturday, April 10, 2021

QUANDO APANHO O ORVALHO

 


      QUANDO APANHO O ORVALHO...

 

   Quando pelas manhãs, apanho as rosas de orvalho,

      trago-te as auroras perfumadas que despontam,

      porque essas,

      têm o aroma das pétalas adormecidas que esperas;

      apanho as estrelas orvalhadas das noites luminosas,

      as que têm o brilho transparente da candura

      para as depositar no teu coração,

      e aos teus olhos, esse encanto brilhar;

      apanho a fresca água orvalhada das fontes,

      essa pureza cristalina mesmo pouco que seja…

      nela, trago a frescura do renascer, 

      para os teu lábios saciar,

      que ansiosa me aguardas,

      para que me afagues, me acaricies, sorrindo.

 

      Pelas manhãs, quando sempre te trago o orvalho,

      aquele que tem o brilho das manhãs de amor,

      de afeto e de felicidade...

      o orvalho que alimenta a vida da fraternidade,

      arde em mim, o fulgor do amor, e da vida,

      onde essa chama sempre brilhará o espirito,

      sempre iluminará os dias solares amados,

      e as noites estrelares da poesia.

 

Inundados com o partilhado orvalho e os corações felizes,

polvilhamos os alegres dias de amor renovado.

Com o aroma das rosas orvalhadas,

ouviremos a cotovia;        

e com o brilho transparente das estrelas,

sonharemos a vida.

Assim, ficamos inundados na claridade do Amor,

que a alma se exaltará de alegria, cantando.


Valdemar Muge