AQUELA CRIANÇA...
Percorres o tempo que procuravas,
e
será esse o que mais ansiavas ter?
Nele,
terás descoberto essa procura que idealizavas?
Porque
para alcançar a felicidade,
a
procura não tem limites.
Lembras-te,
que quando eras criança,
imaginavas que querias ir nas asas do vento
apanhar
as estrelas que te iluminavam,
e
com elas, brincar, com elas viver,
porque
querias ter esse encanto luminoso
para
brilhares nos teus futuros dias que irias ser.
Para
quê mais isso ter? Se já eras doce ser
que
iluminava os corações queridos, tidos.
Como então querias desfolhar as nuvens,
para
ver se tinham o que delas sonhavas,
porque
além do que aqui tinhas, mais querias ver,
porque
mais querias descobrir onde houvesse
mais
rios de afeto, flores de doçura, rostos de felicidade.
Às
águas dos rios de quando junto delas estavas,
querias
que elas levassem para o mar,
as
maldades e os ódios, devastadores da pureza,
(como
se fosse possível!...),
para
que só ficassem os puros corações
e
todos serem amigos, e todos se amarem.
Pois,
quando se é criança, desse inocente tempo,
os
sonhos nascem como fontes de água jorrando,
e
rouxinóis felizes cantando.
Querem
ser como pombas livres no céu voando,
e
ver novos rumos, novo querer, desejando.
Têm
sonhos de poesia que desabrocham, florindo,
porque criança, é fonte viva de poesia,
nascendo.
Hoje, estás com saudade desse
tempo de criança,
de quando as flores te
desabrochavam das mãos,
e os lábios afagavam as faces
queridas;
que contavas estrelas, e
voavas com o vento;
que desfolhavas nuvens, e
sonhavas com a lua;
que saboreavas a doce
felicidade,
e afagavas as brisas do amor
no aconchego da silenciosa
paz.
Mas esse tempo de inocentes
sonhos, longe vai.
Mas sonha sempre,
sonha como ainda fosses
criança,
e sempre acredita
na esperança dos teus desejos
sejam realizados,
porque enquanto houver
sonhos,
a esperança nunca morrerá na
vida,
ela é força da caminhada a
percorrer.
Valdemar Muge