Mas que triste aragem esta,
tão gélida e sombria,
que parece noite este triste dia:
esta angústia que passa
como enlaça os corações:
é dor que se exala,
do que se vê e do que se sente.
Já não corre o suave frescor da
natureza
envolvido no aroma das rosas,
e embalado na melodia das aves,
que então aqui e ali se sentia.
O tédio é imenso e a dor
profunda, que agora passa:
morreu o amor,
morreu naquele corpo no chão postado!
Ali, caíram, tombaram as rosas da
alegria, da felicidade.
Sobre aquele rosto sereno de
eterno sono,
deslizam lágrimas deixadas de
saudade...
pois ali, aí já não mora a então felicidade,
já o amor ali não mais proliferá.
No dolente silêncio da rua,
tangem os sinos,
na despedida àquele amor que
jamais não volta…
mas a saudade dele ficou e sempre
aqui morará.
Naquele sentir que passa,
nos passos fúnebres que as almas
levam,
caiem dos rostos, as lágrimas,
nas pétalas brancas de saudade àquele
ser que vai,
àquele, por quem a dor dos
corações sai.
Aquele sentir que na rua segue,
ele se ergue ao céu, não se sepultará,
porque são esparjos vindos dos
corações...
desses, é amor que jamais não morrerá.
As estrelas deixaram de brilhar;
os dias escureceram nos corações
sem aquele amor.
A natureza chora,
e as lágrimas correm,
correm no rio da angústia até ao mar
,
com as dores que ele consumirá.
Mas não! Não chorem mais!
Cessem as agonias!
O amor não mais morrerá!
Que brilhem as estrelas,
e o sol faça luz no firmamento
e resplandeça novamente o amor!
Ele jamais morrerá,
jamais a vida pode existir sem
amor
e os corações pulsarem sem ele.
Surgirá sim, Além, o fruto da
vida,
a vida que se renova,
a vida que corre ao encontro do
futuro,
a da esperança, a do amor.
As lágrimas então derramadas,
sejam seiva nas futuras
primaveras,
onde renovenescerá o amor e a
felicidade.
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