Saturday, November 12, 2016

IREI, PARA ONDE, NÃO SEI...

                                        

Neste meu viver que dia-a-dia convosco passei,
bons momentos foram que tanto amei:
nasceram minhas amizades, meus afetos...
agora, vou à procura noutros lugares,
longe ou perto,
de outros tantos sentidos,
que meu coração tanto anseia,
e que sempre serão tão queridos!

Por essa razão,
e sempre com o desejo dessa paixão,
me vou ausentar.
Viajarei para onde o destino me levar,
irei abraçar outros seres, irei ter outras amizades,
outros rostos, outras emoções;
irei ver outra natureza, abraçar outro calor fraternal.
Irei talvez encontrar outras primaveras
onde as açucenas desabrocham dos corações,
e o rouxinol canta a alegria da felicidade;
ou, encontrarei outonos que adormecem embalados
com os seres que sonham com o amor,
entre todos partilhado.

Ainda não sei para onde e como irei:
ainda não sei se irei no vento que por mim passa
ou na aragem que sempre me enlaça;
não sei se vou na luz da aurora que cada dia me afaga
ou na estrela que cada noite me ilumina;
se irei nas asas do pássaro do amor
ou na nuvem da saudade desta partida, quando fôr!
Serei vento ou brisa, ou estrela de luz que brilha;
serei aquilo que sou, embalado naquilo para onde vou...
mas será que sei o que sou?
- quando eu novamente voltar,
Então, dir-vos-ei quem realmente serei:
de onde vim, o que senti e o que dento de mim terei,
quem realmente sou!

Meus amigos,
de vós muitas saudades vou ter
nesta viagem que vou fazer:
levo o vosso carinho,
a vossa amizade no meu coração;
levo os vossos sorrisos,
os vossos abraços nos meus sentidos;
levo a tela da natureza que à minha volta nasceu;
levo toda a poesia que em nós viveu!
O encanto que aqui encontrei,
essa beleza querida que junto de vós alcancei,
para onde vou, a espalharei,
e outra tanta deverei encontrar e amar,
onde também a hei-de cantar...
e, então, quando novamente eu para junto vós regressar,
a todos vós também a espalharei,

para quem sempre a quiser, a darei!

Valdemar Muge

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