Neste meu viver que dia-a-dia
convosco passei,
bons
momentos foram que tanto amei:
nasceram
minhas amizades, meus afetos...
agora,
vou à procura noutros lugares,
longe
ou perto,
de
outros tantos sentidos,
que
meu coração tanto anseia,
e
que sempre serão tão queridos!
Por
essa razão,
e
sempre com o desejo dessa paixão,
me
vou ausentar.
Viajarei
para onde o destino me levar,
irei
abraçar outros seres, irei ter outras amizades,
outros
rostos, outras emoções;
irei
ver outra natureza, abraçar outro calor fraternal.
Irei
talvez encontrar outras primaveras
onde
as açucenas desabrocham dos corações,
e
o rouxinol canta a alegria da felicidade;
ou,
encontrarei outonos que adormecem embalados
com
os seres que sonham com o amor,
entre
todos partilhado.
Ainda
não sei para onde e como irei:
ainda
não sei se irei no vento que por mim passa
ou
na aragem que sempre me enlaça;
não
sei se vou na luz da aurora que cada dia me afaga
ou
na estrela que cada noite me ilumina;
se
irei nas asas do pássaro do amor
ou
na nuvem da saudade desta partida, quando fôr!
Serei
vento ou brisa, ou estrela de luz que brilha;
serei
aquilo que sou, embalado naquilo para onde vou...
mas
será que sei o que sou?
-
quando eu novamente voltar,
Então,
dir-vos-ei quem realmente serei:
de
onde vim, o que senti e o que dento de mim terei,
quem
realmente sou!
Meus
amigos,
de
vós muitas saudades vou ter
nesta
viagem que vou fazer:
levo
o vosso carinho,
a
vossa amizade no meu coração;
levo
os vossos sorrisos,
os
vossos abraços nos meus sentidos;
levo
a tela da natureza que à minha volta nasceu;
levo
toda a poesia que em nós viveu!
O
encanto que aqui encontrei,
essa
beleza querida que junto de vós alcancei,
para
onde vou, a espalharei,
e
outra tanta deverei encontrar e amar,
onde
também a hei-de cantar...
e,
então, quando novamente eu para junto vós regressar,
a
todos vós também a espalharei,
para
quem sempre a quiser, a darei!
Valdemar Muge
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