Thursday, October 31, 2024

QUANTO TEMPO TIVE


 

QUANTO TEMPO TIVE

 

Quanto tempo tive, percorri e senti:

No florescer dos primeiros dias que o vi,

fui encanto, doce ternura, desejo tanto.

 

E o tempo passava e a primavera chegava:

Tive quantas pessoas que me amaram...

Tanto florescer de cada dia que me encantou,

tantos sonhos que o coração criou.

 

Vivi quantos Estios do sol, do vento, da chuva..

fui alguém que quis ser, mas também não me fiz crer...

ser ou não ser, acontece sem que pareça permanecer,

pois o tempo corre e a traz não volta para o mesmo acontecer.

 

Nos outonos, sonhei na cama dourada do folheado caído,

e no silêncio vivido dos sentidos do encanto das palavras.

Tempo de meditação, sentir profundo encontrado...

tempo de despedida de quanta alegria que é passado.

 

Já meus passos pisam a terra do tempo invernal,

essa que um dia também pousará em mim...

Meu corpo será pó frio como este vento de inverno,

mas serei espírito renoovado no próximo tempo eterno.

 

Agora, que já tenho todos estes tempos guardados,

que já tenho esse brilho solar que aquece,

essa chuva suave que a natureza agradece,

esses silêncios nostálgicos das saudades,

esse vento que navegava com os sonhos tidos,

esses silêncios onde o amor nasceu

e permaneceu nas primaveras da vida, no coração contidos;

 

Agora que já tenho os cânticos dos pássaros da manhã,

a beleza de cada flore a desabrochar, renascendo,

a alegria da criança na inocente e graça sã,

e a felicidade da mocidade

nos sorrisos e abraços acontecidos e vividos,

levarei tudo isto comigo,

porque serei chuva, serei brilho de estrela da noite;

levarei para o futuro tempo que me espera,

e me espalharei como sementes nesse tempo de PAZ

para que floresçam e se propaguem, e fruto dará

desse alguém que hoje carrega a esperança

que o amor deve existir no espírito de cada alma.

 

E, todos estes tempos passados, serão saudade

um dia na eternidade, nessa tranquila distância..

como a simples pétala, tudo será fragrância,

porque nesse tempo de silêncio, não haverá arrogância.

 

Valdemar Muge

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