Quando me encontro no silêncio,
ele me abraça, me escuta, me
compreende.
Pelo cântico do desabrochar da vida
da natureza,
encontro-o e ele me abraça,
suavizando;
nas nuas e frias ruas sem vidas,
abandonadas;
nos tristes corações dilacerados,
despedaçados...
vivo essa comunhão com a silenciosa
paz.
Falamos em ternos e queridos
sentidos:
com o silêncio das tuas lágrimas;
com a doçura do teu amor;
na aragem das nossas vidas!
Falo com os teus sonhos, teus
anseios, teu viver,
porque no nosso silencioso sentir,
são bálsamos guardados que jamais se
esquecem.
Sei que tenho a noite e o dia,
o murmúrio das fontes e o marejar do
mar;
tenho os vossos sorrisos e o encanto
dos afetos
que quanto valor eles têm…
mas sem este silêncio que me enlaça,
que me faz desabrochar a paz,
não poderia viver: é razão do meu
querer!
Oh, quantos são os seres que não
querem este silêncio:
o que nasceu da harmonia e da
bonança;
preferem a inconstância, a desordem,
a inquietação:
ficam
disfarçados num silêncio obscuro
para depois
desfraldar a bandeira da criminalidade!
Quando o silêncio me abraça,
ele me leva aos horizontes da
compreensão,
ao encontro do Amor:
porque dele me gerei e dele nasci!...
Ele é infindável, não tem princípio e
fim: é obra de Deus.
Me leva às madrugadas do renascer da
vida,
na claridade da Obra Divina!
Nesta Génesis silenciosa da vida,
onde encontro o sentido de viver,
Nesta Génesis silenciosa da vida,
onde encontro o sentido de viver,
escuto a voz do silêncio, meditando:
não vejo quem fala, esse amado
sentir;
sigo o seu som nessa infinda
natureza;
só vejo luz á minha volta como
excelso resplendor;
mas sei que vem de longe,
que vem de longe...
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