Ninguém vê a minha tristeza,
porque anda envolta
com as nuvens das lágrimas de
sofrimento
e das palavras de sentido maldoso,
não deixando transparecer aos
vossos olhos,
mas acreditem que a trago comigo:
porque ela nasceu
com os desgraçados encurralados
nas ruínas
e dos sobreviventes que moram debaixo
das pontes,
sonâmbulos da droga e da miséria;
ela nasceu ao ver as vidas perdidas
das mulheres nas ruas desertas,
com risos cativantes,
mas com sentidos angustiosos de dor e
sobrevivência;
ela nasceu com as crianças esfomeadas
e violadas,
num mundo de escombros maléficos e
cruéis!
Ninguém vê a minha tristeza,
mas podem crer que ela existe,
porque está encoberta com o manto das
flores
que suavizam a alma
e nos gestos de ternura partilhados
que ainda paira nos corações de
boa-vontade
que dia-a-dia,
tentam esquecer o flagelado mundo que
existe…
mas ela me acompanha,
porque nasceu do podre das sociedades
inflamadas;
da dor nas almas,
e das desgraças acontecidas das
guerras
nasceu da dor da miséria
e da fome nos casebres perdidos e
escondidos;
da ruína do mundo, com o manto da
poluição,
onde os mares engolem casas,
e as flores morrem sufocadas dos dias
cinzentos!
Esta tristeza que ninguém vê,
não a quero dar,
porque quero que ela se transforme
em alegria e felicidade!
Então, não cantarei mais tristeza,
porque em cada mão,
haverá uma profissão com trabalho,
e em cada coração, uma dádiva de
amor!
Esperarei que um dia,
o amor incendeie a terra,
e as lágrimas de então,
reguem as raízes da concórdia;
a água da chuva,
lave a lama impregnada nas pedras
poluídas
da miséria que permanece!
As auroras das primaveras,
resplandeça com novos dias
de felicidade entre os povos,
e a paz e o progresso reine entre os seres,
que a anseiam e a necessitam.
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