Saturday, April 16, 2016

UM DIA VIRÁ...


No tempo que o tempo me viu,
(e tanto foi)!, 
que meu ser nele sentiu,  
quanto sentir permaneceu,
neste meu viver:
Tive silêncios que se transformaram
em fontes de alegria, de amor, de paz
na partilha com todos aqueles que comigo viveram;    
tive rios de saudade, de tristeza, de melancolia
que deslizaram neste meu viver,
de todos que me faltaram e que me amaram;   
tive o universo da natureza no meu peito,
dele brotaram as flores, as madrugadas, as estrelas,
e essas maravilhas em mim resplandeceram;  
tive um mar de sorrisos, de afetos,
de carinhos que brilharam na vida,
que iluminaram minha alma.
As palavras da primavera moraram dentro de mim:
o maravilhoso renascer da vida,
a tudo isso catei e amei...
Agora, o outono desponta
e a serenidade dos dias da saudade vão passando
na natureza que se vai desfolhando.

Por cada dia que passou,
por cada dia que convosco tive,
e por Quem tudo me deu,
sempre louvarei a alegria da amizade, do amor, da paz.  
Um dia virá que as lágrimas me correrão com a saudade
de tudo que senti, que possuí, que partilhei;
o coração sentirá a dor da despedida dos vossos sorrisos,
dos afetos, das amizades... Mas como foi efémero!...
Mas um dia virá, que hei-me encontrar na alegria e a paz infinita,
a Luz que sempre brilhará no espírito, em Quem acreditamos.

                          Valdemar Muge

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