Saturday, November 21, 2015

OS LOUCOS


Que vejo eu,
que ouço por toda a parte que ando,
neste mundo que percorro?:
Só ouço lamentos e quantas desgraças vejo.
O sangue é derramado nos seres inocentes,
a angústia paira nos corações dilacerados,
nos corações que ansiavam por todos serem amados.
Nos quatro continentes, onde a paz devia existir,
caem as pétalas da inocência e do amor,
manchadas de sangue;
corre o vento da vingança e do ódio,
das ditaduras e das religiões doentias,
nas ruas indefesas.
Ouvem-se as vozes dos desesperados e angustiados
nos campos destroçados!
Ó loucos!
Que fazeis?!
Se vós também morreis na ilusão que comungais!
Para quê esse ódio e vingança
dum ideal que a vós foi incumbido?
Assim nada conseguis!
Na paz e compreensão, estarão os ideais
da liberdade irmanada entre os povos.
Sois loucos, assim!
Espalhais a guerra
na paz dos inocentes que povoam a terra,
e a vingança nascerá dos corações dilacerados.
O chão como está manchado de sangue
dos seres que nele se derramaram sem vida!

                       Oução as vozes que ecoam:
                       -Parai!
                       Construí a paz e a concórdia nos vossos corações
                       e deixai de serem loucos!
                       Que as bombas e as balas se transformem
                       em sementes de floração de paz;
                       nas mãos, a dádiva do amor,
                       e nas velas da tristeza agora espalhadas,
                       a luz da fraternidade nos corações.

                        Valdemar Muge

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