Saturday, November 14, 2015

A TRISTEZA POVOA A CIDADE

                         
                               
                          Como a natureza está triste!
Na cidade, a tristeza permanece nos corações
e na chuva que nela cai, as lágrimas se confundem
no sentir dos seres que aqui ficaram
ao verem imigrar quantos seus queridos,
para outras terras distantes.
As lágrimas da saudade, caem na cidade,
porque ela não foi capaz de aconchegar
a sua juventude e com ela ficar,
com ela o trabalho partilhar.
A natureza está triste, e, sempre triste ficará
enquanto for preciso as pessoas terem
que procurar trabalho para bem longe,
seres que ansiavam a sua proteção
e o progresso da sua terra natal!
Ó gente acordai!
A cidade chora, ela está a ficar vazia…
nas ruas, tantas são as lágrimas de saudade e de dor!
As lágrimas inundam a cidade,
e as almas, no silêncio, apelam à piedade.
Os filhos da cidade, dela se despedem...
quantos já nela não povoam!
As raízes que aqui ficaram,
vão-se secando com a falta das vidas idas...
como pode haver renovação da vida sem vidas?!
A cidade chora!
As lágrimas caem, ao ver seus filhos da pátria saírem
sem os conseguir amparar.
 Ó gente acordai!
                         As lágrimas que caem destruirá a cidade
                         e a saudade abalará os corações que ainda aqui estão,
                         e o sangue do desespero derramar-se-á  no chão.

                         Tenhamos a esperança que novos dias resplandeça
                          nas cidades empobrecidas;
                          as lágrimas desapareçam
                          e o sol da fertilidade
                          brilhe em todos os corações então desanimados!
                          Acordai gente!
                          A felicidade há de surgir nos povos desta cidade
                          e as lágrimas secarão nos olhos da esperança

                          Valdemar Muge

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