Eis a juventude
ansiosa,
peregrina, à procura da ternura.
Procuro a juventude da alegria, da esperança, do amor:
Deslizo no leito das águas da fonte da vida,
onde meu desejo possa morar e não o encontro...
pelo caminho, fica o fresco duma paisagem,
o perfume da flor que esteve e foi com a aragem.
Embarco no raiar do sol que me possa iluminar,
cheio de esperança, ao encontro do teu suave afago,
mas apenas encontro o frio olhar e coração amargo;
encontro ténue calor no baço reflexo da luz
sem a chama que procuro, a que me propus.
Sou pássaro que flutuo no vento:
Percorro à procura do ninho do amor…
comigo, levo venturas e ideais,
sonhos e promessas que possa dar;
levo um coração ansioso de sorrisos e afectos,
de quanto o amor possa fluir;
pássaro cativo, desejoso da juventude
abraçar a alegria da vida e ventura do amor.
Oh juventude, te vejo fugir e não mais voltar:
Vejo-te na rua quando passas e nada dar.
Sonhos criados, meus passados,
já tantos foram derramados…
Resta levar na alma tudo o que percorri
com a saudade, os sonhos que desenvolvi;
resta a serena aragem, mais tranquila,
que corre no pomar da vida que usufruímos,
e sentir o sabor da fruta madura
apetitosa...
porque nela, está o encanto da seiva
amorosa.
Valdemar Muge
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