ONDE ESTÃO AS VOZES
das
alegrias espalhadas nos olhares abraçados?
Nos
quentes sois
que
as almas felizes cantavam
e
nas iluminadas luas,
os corações embalados, ouvindo, sonhavam...
Onde
estão?...
Onde
estão as vozes
que
os ventos que minha voz para longe levavam?
Das
fontes que agora só lágrimas choram,
(são
saudades que deslizam e que moram)
e
deste mar que as nuvens sequiosas lhe beija
num
namoro fugaz, mas que deseja...
Onde estão'...
Onde
estão as vozes da felicidade?!
Porquê,
que vejo flores tristes
e
sangues nos charcos apodrecidos
do
vício e da miséria impregnada?
Porquê,
que vejo céus escuros
nos
sem abrigos e nos mendigos padecidos!
Porquê?...
Que vejo as esperanças perdidas
dos
desejosos duma vida renovada, querida...
Chorar,
para quê?
As
lágrimas já quase não brotam
e
os corações se cansaram;
A
Natureza quase não canta, entristeceu...
Vós
Poetas!
Construtores
dos desejos nas terras iluminadas
e
nos astros da concórdia, em vós espalhados,
sejais
os Arautos dos Tempos prometidos
e
das felizes manhãs a desabrochar nos corações!
Então,
clamem vossas vozes,
dando
alegria à Natureza, porque ela ainda não morreu!
Juntos,
sairemos dos desertos adormecidos
e
dos charcos impregnados da incúria,
e
vamos dar voz à Sobrevivência do amor!
Mataremos
a sede a esta Terra ressequida
e
as verdejantes realidades florescerão das esperanças!
As
nuvens de cinzas então espalhadas,
se
dissipem nos confins subterrâneos da destruição
e
as Auroras renascidas,
tragam
as vozes anunciadoras
da
felicidade por todos desejada!
Valdemar Muge
1 comment:
É preciso a chuva apaziguar as mãos que constroem a esperança mesmo em dias ressequidos.
Belíssimo, meu querido.
Beijinhos e bom domingo.
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