EM CADA ROMPER
Em cada romper da manhã,
o voo da ave que desperta e passa
rumo ao céu, no seu rumor quando esvoaça,
procura viver, antes que o homem lhe faça perecer,
para novos horizontes, novos destinos para sobreviver.
Enquanto as aves vão e seu destino seguirão,
nas palavras partilhadas, nas histórias minhas e tuas,
nesta terra, nestas ruas sem descanso
que no viver encerra,
nesta gente que dia-a-dia cria alegria,
tristeza, amor, fantasia,
esse é o seu grito da vida,
é força de viver, essência sentida...
é melodia jamais esquecida que dentro em nós fica.
Aqui, mora esta gente que luta, que persiste;
gente amiga que abraça, e às lágrimas resiste,
e pela manhã, a flor orvalhada acaricia em cada dia.
Gente esta que se encontra, e a vida agradece
enquanto o dia não acaba, e a noite exala,
porque um dia, aqui, sabem que não permanecem...
tudo será passado, tudo será saudade levada...
será silêncio, não haverá palavras,
não haverá histórias pronunciadas...
e no meio de toda esta gente de alegria e labor,
sou tempo que passa
ao encontro do silêncio do Amor.
Valdemar Muge
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