Foste construtor do teu tempo.
Viveste o tempo da tua felicidade e
paixões tidas;
das palavras da alegria sentida
que se expandia do coração,
na amizade conquistada;
dos abraços da fraternidade,
do amor, do carinho partilhado.
Construíste os sonhos imaginados
que da alma floresceram;
a essência que abraçaste com generosidade
na dor,
na paz, no amor.
Viveste a tua primavera, a tua
saudosa mocidade;
espalhaste as pétalas que floriram em
teu coração,
e amaste a vida com todos aqueles que a partilhaste.
Agora, esse tempo te passou.
Percorres o teu Outono:
Abraças a frescura da brisa que passa
no colorido das folhas caídas que te
vão moldando;
ouves o murmúrio das águas
que te segredam saudades contidas;
guardas os sorrisos que por ti
passam,
restos que ainda perduram.
Estás no tempo das palavras sentidas,
das palavras silenciosas brotadas da
alma,
das que ainda não foram ditas, mas
queridas,
em poemas moldados de pétalas,
que sempre ficarão em eterno abraço
de saudade.
Agora, no teu silêncio,
no êxtase envolvido no teu corpo,
e a saudade na tua alma,
percorres os tempos por ti passados
e os sonhos que ainda alimentas.
És e sempre serás, o construtor dos
teus tempos,
porque eles sempre viverão no teu
coração.
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