É este o rio da minha terra,
que me ouve e suaviza;
é espelho que me vê,
que me espera e me embala.
Rio este da terra minha,
aconchego das tuas fontes,
refrigério das tuas aves,
suave frescura da minha alma.
Ó águas que ouves a paz dos corações,
e as promessas de amor;
ouves os quantos desabafos das
desilusões,
das tristezas, das angústias;
que levais silêncios abraçados, os
cantos ouvidos;
as palavras sentidas,
desabafos do seu povo querido.
Águas minhas levai, levai,
todo este meu sentir e na ria o
guardai,
que eu nas noites de luar,
ou nas amenas manhãs
quando o sol nas suas águas se
aconchega,
lá vou para recordar o que da alma
deixei
de quando tuas águas por mim passaram,
o quanto do meu sentir levaram.
Este é o rio da minha terra
que guarda as lágrimas dum povo
que perde quantas almas no mar
e leva essas saudades
para onde a atroz desgraça aconteceu.
És o aconchego da tosca tripeça para
o branqueio
da roupa dum povo de trabalho,
de anseio, de alegria, de
fraternidade.
Sempre cantarei junto das tuas águas,
porque sei que guardas minhas
lágrimas,
meus anseios, minhas saudades;
cantarei com terno abraço,
porque sei que guardas minhas
alegrias,
minha felicidade tida.
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