Saturday, February 25, 2017

PARA VÓS, ESTE MEU SENTIR...

Na vida que vivi,
apanhei mar que me sussurrava,
luz solar e luar que me enamorava;
apanhei vossos afectos partilhados
e quanta alegria envolta de felicidade;
apanhei paz, harmonia, encanto, amor,
mas também quanta dor que a vida tem!
Foi regaço grande que juntei, guardei,
e depois o espalhei no meu viver
em poesia sentida para todos vós.

Se vires a ave da amizade por ti passar,
chama-a: ela leva versos do meu sentir;
se sentires a fresca aragem
ou o vento da suave ternura,
apanha-os, e ouve a sua voz:
que eles te dirão o que para vós escrevi.
É com essa aragem
e esse vento cravado no meu peito,
que com o poder da poesia me transformo,
e vou no pássaro da amizade,
espalhar para todos vós, este meu íntimo sentir,
florindo primaveras,
onde vossos corações querem a felicidade.

Moldei minha alma com os vossos sentidos,
embelezei-a com as flores que a natureza me deliciou
e alegrei-a com a vossa amizade...
agora, vou aspergindo
deste rio de sentidos que em mim corre,
gota-a-gota no renascer de cada dia,
em cada vida querida.

Valdemar Muge

Saturday, February 18, 2017

QUE IMPORTA


Que importa se a calçada do caminho a percorrer,
seja dura e faça dor,
se nela, vou recebendo
os vossos sorrisos de fraternal carinho
e simpatia, e até de amor.
Que importa se as palavras do maldizente
ferem os sentidos,
se ao lado está a verdade para desmentir,
dos verdadeiros e amigos queridos.
Que importa a tristeza em nós permanecer,
os sentidos angustiosos e de dor, habitarem,
se mais além,
sempre nascerá a luz da alegria e da felicidade
para os nossos corações,
recompensa bela que a vida tem.

Mas importa destruir a maldade,
o ódio, a insensatez viciosa!
Importa destruir a fome, a miséria, as guerras,
e construirmos a paz, a concórdia, o amor;
semearmos searas e desfrutar de trabalho em cada ser;
construirmos as palavras de fraternal carinho
e colhermos as rosas à nossa volta,
para numa mão termos o pão e na noutra uma flor!...
Então, pelo caminho de pedras duras e degraus de dor,
espalharemos as rosas colhidas e os afectos partilhados.


 Valdemar Muge

Saturday, February 11, 2017

PARA QUÊ ?!


Para quê, construir muros!?
Dividir povos,
despedaçar corações,
proibir abraços,
em vez de se construir fraternidades,
unir corações,
erguer diálogos!

Para quê, construir muros!?
Fechar portas,
destruir caminhos,
cruzar braços,
em vez de se rasgar muros,
abrir horizontes,
abrir abraços!

Para quê, para quê esses muros?!
Esses muros da discórdia,
da incompreensão,
da intolerância,
se o que é preciso é condescendência,
harmonia e paz!

A justiça,
é construída com a ponderação, retidão e o saber;
Não se constrói com muros,
esses, impedem a liberdade e a paz.
Os inocentes,
não podem pagar as maldades dos promotores das guerras.
Aos construtores da paz, do trabalho, do progresso,
abram-se portas,
rasguem-se caminhos, indiquem-se horizontes;
e os alicerces dos muros,
que sirvam para abrigo dos povos necessitados;
e que jamais não existam muros,
para que a pomba da paz e da liberdade,
possa pousar em todos os povos.

 Valdemar Muge

Sunday, February 05, 2017

NESTE INVERNO QUE PASSA


Estamos no inverno,
onde a natureza se despiu e o calor fujiu.
Tristeza esta!:
Cai neve e a neve que cai,
é manto branco que cobre a alegria da natureza,
e a tristeza sobressai aos olhos dos seres que nela passam.
Tristeza esta que cai nos corações que nela deambulam,
de cruel destino do peregrino de rua.
Cai chuva nos rostos cansados,
nos olhares da esperança do fraternal amor,
nas vidas que anseiam a vida viver!
Cai chuva nos rostos das lágrimas de sofrimento,
e nos sorrisos do afecto que povoa no tempo.
Cai chuva nos corações sem luz de felicidade
e na natureza despida, com lágrimas doridas.

E neste melancólico silêncio de inverno,
as flores da inocência vergam-se ao frio;
os sorrisos, se desfazem em tristezas
com as lágrimas encharcadas nos rostos,
nos peregrinos que dia-a-dia vamos encontrando.

Depois desta malancolia invernal,
esperemos o renascer das novas auroras;
esperemos a alegria nos corações,
e os sorrisos de felicidade nos rostos;
esperemos a alegria da andorinha na primavera,
e o perfume das camélias a florir.

 Valdemar Muge

QUANDO

QUANDO...

Quando um dia morrer,
junto das nuvens
plantarei um jardim de flores com pétalas de Amor,
e com elas, enfeitarei o nosso canto de paz;
com o brilho das estrelas,
                     iluminarei o caminho que um dia irás percorrer;
esperarei por ti,
na nebulosa de descanso eterno que preparei,
para sempre nossas almas juntas estarem.
Não tenhas pressa amor,
esperarei por ti com as flores de Amor que colher,
e com o brilho das estrelas mais belas que juntar,
para então te enfeitar nesse eterno amar.

Não chores,
guarda a tua frescura, os teus sorrisos, o teu afecto,
para levares,
para quando nessa viagem que um dia encetares,
com eles, então abraçarmos.
Deixar-te-ei amor, as palavras que te cantei;
os sonhos que nos envolveram;
se o amor não foi tanto como o merecias,
( talvez por causa da minha imperfeição),
mas foi, sempre foi,
para que a seiva da felicidade fluísse junto de nossos corações.
Se assim foi, isso me dói,
essa mágoa não a quereria um dia levar,
quando os nossos corações
ficarem em silêncio dessa minha ausência.

Um dia, ficarás então com a recordação da imagem de meu ser,
e eu, a tua a levarei… imagem que jamais a esquecerei
e sempre a quero ter.
Entretanto, continuemos a preparar esse longo caminho:
nascerão pétalas para cobrir essa caminhada a percorrer,
e o Amor, fluirá à nossa volta para nos receber...
onde lá, tão longe, te ei-de esperar,
talvez mais perfeito estarei do que aqui,
para eternamente te amar.

 Valdemar Muge