Na vida que vivi,
apanhei mar que me sussurrava,
luz solar e luar que me
enamorava;
apanhei vossos afectos
partilhados
e quanta alegria envolta de
felicidade;
apanhei paz, harmonia, encanto,
amor,
mas também quanta dor que a vida
tem!
Foi regaço grande que juntei,
guardei,
e depois o espalhei no meu viver
em poesia sentida para todos vós.
Se vires a ave da amizade por ti
passar,
chama-a: ela leva versos do meu
sentir;
se sentires a fresca aragem
ou o vento da suave ternura,
apanha-os, e ouve a sua voz:
que eles te dirão o que para vós
escrevi.
É com essa aragem
e esse vento cravado no meu
peito,
que com o poder da poesia me
transformo,
e vou no pássaro da amizade,
espalhar para todos vós, este meu
íntimo sentir,
florindo primaveras,
onde vossos corações querem a
felicidade.
Moldei minha alma com os vossos
sentidos,
embelezei-a com as flores que a
natureza me deliciou
e alegrei-a com a vossa
amizade...
agora, vou aspergindo
deste rio de sentidos que em mim
corre,
gota-a-gota no renascer de cada
dia,
em cada vida querida.
Valdemar Muge