Povoam-se as ruas de seres
com os corações impregnados de
desgraça,
vindos das lonjuras dos caminhos:
Eles são os filhos das atrocidades
guerras
que tiveram que fugir da morte;
os órfãos que delas sobreviveram
do sangue derramado a seus pés,
das violências mortíferas que viveram
e que vieram aos seus encontros!
E agora para onde ides, filhos do
destino?
Para onde? inocentes do destino e da
desgraça!
Povoam nas ruas, os filhos da miséria,
da fome, do abandono!
Eles são o resultado da incapacidade
humana
da falta de humanização, de
generosidade, de misericórdia!
Eles que queriam ter as rosas da
felicidade
e as enxadas do trabalho,
e só têm os sacos da pobreza e as
lágrimas da tristeza.
Ó tempo este, tão doloroso para estes
seres,
onde todos deviam ter a mesma
igualdade
e viverem numa fraternidade!
Deambulam ao sabor do vento que nos
caminhos corre:
os filhos da droga, da doença, da insensatez
viciosa.
Pernoitam na poeira dos escombros da
desgraça,
sem que mais desgraçados sejam,
porque dela fazem parte,
e a aragem da sensatez não os
consegue modificar.
Triste destino este, o vosso!
------»»
Ó gente que me ouvis, vos direi,
nesta torrente de tristeza e cólera,
que na minha alma se extravasa
ao ver este sofrimento que passa,
me pergunto a mim mesmo:
Mas porquê, esta calamidade infinda?:
Crianças inocentes,
jovens amotinados da desgraça
e vidas perecidas que foram perdidas,
que deveriam ser filhos da alegria,
da felicidade, do amor,
em vez de serem das desgraças
acontecidas?
Sois realmente os filhos do destino,
mas que amargo e atroz esse ter
que vos envolve na vida que
percorreis!
Neste meu caminhar,
ficarei ainda com a esperança
de um dia encontrar nos caminhos,
os filhos da paz, da felicidade e do
amor!
Que assim seja.
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