Saturday, July 23, 2016

O PRISIONEIRO DOS SILÊNCIOS


Me fiz prisioneiro dos silêncios
que me envolvem neste meu sentir,
que assim quiseram vir
 e jamais não vejo fim!

Sou companheiro da silenciosa brisa;
das árvores que ao vento se abraçam;
dos rios que vão levando as mágoas deixadas;
das vidas que a natureza abraça e as amam.
Nestes silêncios,
eu sou noite, luz, brisa, água chorando, vida cantando,
e, mais serei,
porque de dentro de mim,
tudo se tornou em amor sentido sem fim
de felicidade infinda, para a todos partilhar!

Pudesse eu,
mais correr, mais voar e só aqui não ficar?!
 Então perguntaria:
      Que  me dizes vento,
quando te envolves no meu silêncio
 e contigo não me levas para mais ter e mais abraçar?
- Sou tempo que corre,
 sou brisa que grita,
 sou força que nunca fica,
 e não levo silêncios que meditam,
que presos à natureza ficam!
- E tu luz, porque me deixas ao fim do dia,
 de ti, não queria neste silêncio sem contigo ficar?

 - Te digo que sou sol, sou luz
que vida a todos quero dar.
Te abracei, te dei, mais não te posso dar.
 Amanhã mais te darei, como sempre te farei,
em doce afecto te dou luz e faço cantar.

Sei que para longe não posso ir,
 agora, sei que ficarei com este meu sentir,
 porque ninguém me quis levar...
só me resta ficar neste silêncio
 e tudo ficar a amar!
Neste silêncio que me envolve,
vivo os dias na leitura do universo das estrelas,
no mundo do renascimento da vida,
no dia-a-dia das auroras da essência
 que de todos brota poesia!

E nestes dias de silêncios que vou vivendo,
vou cantando,
 vou gritando nas madrugadas de cada dia,
para que me ousam,
para que se não esqueçam,
que os dias devem renascer com mais paz,
mais amor, mais fraternidade!

 Valdemar Muge

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