Saturday, December 19, 2015

TEMPO DE NATAL


O tempo de natal,
está na partilha fraternal entre os povos
irmanados lado-a-lado na paz e no amor.
Está no derrube dos ódios e das vinganças;
na construção da paz e no fim das guerras;
está nos afetos e solidariedade de todos nós.

O tempo de natal, sempre estará contigo, crendo:
Na tua face, está o sorriso da fraternidade
que podes dar a todo aquele que por ti passa:
esse, é um pouco de natal desejado, que possuis.
Nas tuas mãos,
está o óbolo da generosidade e da partilha,
repartindo o que de dentro de ti cresce,
essência de que sabes viver o natal.
No teu coração, está o afeto e o amor:
grandeza maior que podes espalhar,
afirmação de que de ti, o natal podes dar.

Vivamos este tempo de natal,
caminhemos ao encontro dos seres com os corações
da boa vontade na fraternidade e amor;
nos seres que querem que o natal não mais termine, 
que permaneça todos os dias em todos nós,
polvilhando este mundo que desejamos cheio de  paz.


Valdemar Muge

Saturday, December 12, 2015

O NASCER DO POEMA


Perguntaram-me como nascia meus poemas?
- Mas que afável pergunta essa!
Não o sabeis, é certo, vos direi em concreto
como surge esse sentimento:
Desta terra que sou, pescador me fiz
de sonhos e sentidos.
Procuro nos olhares de todos vós,
o que na alma permanece,
o que sois e o que vos resplandece.
Procuro sentir nos vossos corações,
as alegrias e as tristezas,
os desabafos e as suas graciosidades.
Então sim,
nascerá o poema ao povo que sempre cantei,
ao que amei,
ao povo da terra vareira!
Procuro no encanto da natureza:
a simples flor que brota junto à fonte,
que encanto grande tem
mesmo que do monte ela seja!
À suave ave que desliza junto ao rio e ao mar,
ao doce pássaro o céu beijando e junto de nós
o cântico que nos vem dar.
Então sim,
as palavras saem do sentir para vos dar
e nascerá o poema a esta terra que tudo isso tem,
e que no meu coração sente e vem!
Abraço o partilhar do dia e da noite;
o calor do sol e o encanto das estrelas;
a maresia e o marejar deste mar,
os silêncios e as vozes das vidas desta terra,
e assim, o coração brotará, para todos vós,
o hino de louvor à vida, ao amor, à paz!

Nas palavras do poema,
está o sentir dum povo
e o encanto duma terra do que nela encerra.

                            Valdemar Muge

Saturday, December 05, 2015

PROCURAS





Procuras a razão do que ainda realizados não são, 
os desejos teus de que há já quanto tempo foi,
muito tempo que por ti já passou,
o tempo que o tempo te levou,
tempo de sonhos e de idealizações
que um dia viverias num mundo de seres irmanados
lado-a-lado através do amor fraternal.
Disso, ainda esperas o que não viste.
Procuras a razão do que ainda não encontraste,
porquê todos não se darem como irmãos?
guardados ou esquecidos estarão
mesmo onde os desabafaste?:
Foste ó fontes e rios da minha terra,
(encantos estes da natureza que nela encerra,)
testemunhos desses desabafos sonhados:
desejos de os corações seres amados.
Vós já não os recordais! Tendes razão.
Vossas águas não os quiseram guardar,
porque vossos segredos levais para o mar.
E vós ó mar, os guardas-te, esses desejos tão queridos?
Se sempre recebeis quem vos procura
em terno abraço nesse teu marejar.
Oh, como isso seria possível partilhar
se agora os tivésseis pra mos dar!
Pois também o que procuro não guardais,
porque vosso destino, ó águas, é seguir e não parais.

Não encontrais razão de ainda não existir esse crer,
procurai-o então, meu irmão,
nos corações dos seres desta terra,
naqueles que têm o afago e o encanto
do nascer das águas das fontes,
e, nos olhos, a cor das águas do mar,
se guardam esses desejos teus e meus,
para ainda florir na primavera que há-de surgir,
para então afagar nossa dor:
a fraternidade entre os povos,
irmanados na paz e no amor.

 Valdemar Muge