Saturday, August 29, 2015

O ABRAÇO


Dá-me o abraço da saudade
das recordações que por nós passaram;
Dos felizes dias que não voltaram
a estas manhãs das realidades.

Dá-me tantos, quantos possais dar
pra abafar esta saudosa mágoa,
tristeza tanta, quanta corre em leito de agua
e quantos serão precisos para a enxugar.

Dá-me o teu abraço da saudade
para secar estas tantas saudosas lágrimas;
Quão tantas estão nestas páginas
que já vêm do tempo da mocidade.

Vem, dá-me o abraço,
esse sincero elo da nossa amizade!
Deixa que nossos corações abram o afecto;
que as palavras digam as sinceridades;
os olhos se cruzem na amizade.
Assim, nossas almas jamais se separarão
nesta vida que percorremos.

Valdemar Muge

Saturday, August 22, 2015

O PRISIONEIRO DE SONHOS


Fui prisioneiro de quantos sonhos construídos,
de tantos desejos que fossem concretizados.
Quantos moldei com actos de afecto e carinho;
quantos viveram na luz da esperança
de serem realizados;
quantos foram escritos com palavras sentidas
que o coração exala.

Fui prisioneiro de ilusões,
de desejos que me consumiam,
mas na realidade da vida,
nem sempre se vê esses desejos sonhados.
Como tantos são os sonhos
que alimentam os desejos da vida!
Que força esta que faz e quer vencer
os obstáculos que a vida dá.
Como a vida é recheada de sonhos,
é fonte construtora desses desejos
que nos galvaniza;
como neles floresce quanto amor à vida
e só por isso, vale a pena ter nascido,
para ter abraçado esse maravilhoso dom.
Eles viveram no silêncio de cada dia,
despertavam nas madrugadas das auroras
e descansavam ao crepúsculo das tardes
que adormeciam.
É razão de vida que cresce e se propaga
na vida de cada ser.

Sempre sonharemos
até encontrarmos as possíveis realidades

 Valdemar Muge

Saturday, August 08, 2015

O CONSTRUTOR DE SONHOS


Era quando percorria a rua,
que nasciam meus sonhos.

Eles apareciam nos sinais
que se formavam contornando meu ser;
na imaginação do encanto por que passava
que se pudesse tornar realidade.
Como os sonhos nascem aos olhos das fantasias
e como elas se querem transformar em realidades!

Trago-os comigo.
Construi-os,
guardei-os,
fui construtor de ideais na natureza que me rodeava;
fui artista na paleta da imaginação do meu sentido.
Como os abracei e os guardei
sempre à espera que se tornassem realidades!
Hoje, desfolho o livro da vida,
e vou recordando um a um,
esses sonhos de criança, de adulto,
que vieram na barca do pensamento, 
e como tentei dar corpo a esses desejos,
como tentei dar vida a esses ideais,
mas quantos deslizaram nas águas que correm no rio
e outros o vento os levou que meu ser já mais os viu.

Na vida, sempre idealizamos quantos sonhos
na esperança de se tornarem realidade
e de serem os construtores da felicidade.

 Valdemar Muge

Saturday, August 01, 2015

O GRITO


O tempo por ti passou,
bem ou mal, só tu é que o sabes
homem que agora aí meditas dessa vida percorrida! 
Valeu a pena ou quanto desperdiçada? 
Ou não foi aproveitada? 

Foste um ser livre na tua vida
e dela fizeste à tua maneira de ser: 
viste a liberdade das aves e do vento,
e assim quiseste correr o mundo que te rodeava; 
viste a alegria da primavera e do renascer da natureza,
e assim também quiseste partilhar
da alegria na tua vida, amando-a; 
viste o abraço do mar com a luz do sol,
(como eles se entendem,)
pois também quiseste partilhar as pessoas,
com as tuas alegrias e afeto; 
viste a serra erguida ao céu em abraço de louvor,
assim quiseste tudo abraçaste por onde percorreste! 

Foste homem livre do teu tempo,
livre foste com a força de viver...
agora, cansado, já não tens essa liberdade
que te deu a força de ser. 
No tempo que ainda tens,
habita ainda o grito da liberdade que desejas,
daquela que sempre tiveste,
porque ainda existem as raízes dessa existência,
a força do querer, 
a força daquilo que foste e que ainda queres ser.


                          O teu grito se ouve vindo da razão do teu viver:
       "- Não, não estou arrependido do que fiz!
       Vivi a vida que amei.
       Abracei-a da maneira que mais quiz.
       Por isso digo:
       deixai viver a vida que nos rodeia
       e que a nós vem,
       o que o coração diz e sente,
       como sempre fiz. "

       Valdemar Muge