Será da neve dos anos da tua vida
ou do claro luar que recebeste da
tua lida,
que nos teus alvos cabelos se vê
e reflecte
o branco e grisalho que de te
cima pende?
Será o prateado da luz que da tua
alma se espalhou,
ou da branca doçura que teu
coração polvilhou?
- Será com certeza, dos idosos anos que contaste
e das palavras que toda a tua vida
confiaste.
Teus cabelos, já não são tantos
como tantos eram,
mas muitos ainda são,
quantos são de tanta sabedoria
que a vida te deu,
uma vida que o destino te floresceu.
Já não são os do vigor quando
mais os tinhas,
esses teus grisalhos cabelos que
ainda te adornam,
mas são,
os que ainda moldura teu suave e
meigo rosto,
e aconchegam teu doce olhar nos
teus dias
que agora te passam lentos ao teu
corpo.
O crepúsculo dos dias,
cai sobre os teus idosos cãs,
na sua quietude outonal que os
anos não perdoa.
Já te mostra o caminho de onde se
avista
a montanha invernal para lá do
horizonte.
No tempo que hoje passa,
tempo dos silêncios, das recordações
de uma vida
que lentamente esvoaça…
saudades são, que o tempo guardou no
coração.
Os anos vão,
mas as lembranças em ti não se
apagam…
com elas ficarás.
Eu, saudoso,
ficarei com a querida imagem de teu
terno rosto,
bem guardada dentro de mim, amando…
porque contigo,
estaremos mais presentes, te
cantando.
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