Sunday, February 22, 2015

QUEM SOU EU ?


Quem sou eu,
depois da longa caminhada da vida,
depois do permanecer nesta terra de vivências?
No chão que percorria,
me tornei em semente agradecida;
recebi o doce fruto do amor,
a felicidade de amar a natureza.
Das vivências então permanecidas,
meu ser guardou tudo o que de bom fecundou;
recebeu as sementes de carinhos e afetos
que ao dia brotou.
Abracei as águas das fontes, dos rios, do mar…
de tudo isso, um pouco fiquei,
de tudo isso quanto sempre amei.
Guardei de todos vós,
os afetos e as tantas dedicações;
guardei as palavras queridas
vindas de vossos corações.
Guardei os sorrisos, as alegrias,
os desabafos e amizades tantas,
tudo isso em meu coração coube,
meu coração guardar soube.
Quem sou eu?
Sou tudo aquilo que na caminhada da vida
recebi e amei.
Sou a semente que o amor fecundou,
sou felicidade da natureza que meu ser amou.
Sou água das fontes e aragem do mar,
porque em mim ficou e tenho para dar.
Sou desejo de dar a paz, e fraternal amor,
porque meu coração de vós recebeu
e para vós fraternalmente o partilha,
essência que dentro de mim permaneceu.

Valdemar Muge

Saturday, February 14, 2015

OS LOUCOS NÃO PRECISAM



Os loucos não precisam de dizer que são felizes,
eles sem o saberem, felizes o são.
Eles não sabem que existem ódios e guerras,
que existem ganâncias e falsidades,
porque para eles, todo o universo é felicidade.

Os loucos, não precisam de dizer que querem a alegria,
que querem a paz, a harmonia,
porque pensão que vivem tudo isso dia a dia.
Eles vivem no universo das suas estrelas que os iluminam,
na vida platónica da existência do seu mundo.

Eles não se queixam das vozes do silêncio,
não se queixam do vazio das almas que os vêem...
mas são seres com coração para afetos receber,
que têm lágrimas e dor,
 que têm alma como nós,
para lhos abraçar e carinhos dar.

Eles caminham nos vazios dias da ilusão,
caminham nas auroras que nascem na sua mente,
nos ventos que lhes afaga os seus corpos.
Caminham com a sua dor, com a sua nostalgia,
com a felicidade que sua mente sente,
sem que precisam de o dizer.

Eis os loucos,
os inocentes do destino,
os incompreendidos da desgraça,
os seres que no tempo desgraçadamente passa.
Mas outros loucos mais o são,
aqueles que dizem não o ser e paz não dão.

Valdemar Muge 

Saturday, February 07, 2015

EM TEU OLHAR


Em teu olhar, tudo de lindo vês,
tudo de querido trespassa teus olhos.
Tu que pouco vês, quase a escuridão te acompanha,
mas nela, o brilho da beleza resplandece,
o encanto da ternura brota na tua visão.

No teu olhar,
os rostos têm mais encanto,
a voz mais doçura,
os corações mais afeto.
Vês como as flores são belas sem que vejas a cor delas,
porque no teu olhar, imaginas a cor que as rosas tem
e o encanto dos lírios;
vês o doce olhar da criança quando a carícias ternamente
e a aconchega ao coração;
vês em cada rosto, o sorriso de cada ser que te estima
e afetuosamente te quer.

Em teu olhar,
vês a luz da alegria, da felicidade;
vês a harmonia da natureza,
o brilho das estrelas,
a maravilha do universo,
o sentido da vida.

No teu crepúsculo olhar,
vês aquilo que sentes no coração,
aquilo que idealizas e crês;
vês quanto mais daqueles que visão têm
mas que não querem ver além.

A pálida luz do seu olhar, vai-se transformando
na claridade das suas sentidas realidades.

 Valdemar Muge

Monday, February 02, 2015

DESEJADA PARTILHA

                          
                          De vós, um milhão de sorrisos guardei,
com eles dentro de mim fiquei:
é tesouro que guardo como relicário,
que minha alma se extravasa de felicidade.

Nas águas do rio que a meus pés corre,
                          quando das vossas faces, os sorrisos quero ver,
                          de saudades tantas,
daqueles que dentro de mim guardo,
no espelho das águas vos vejo,
mas por desgraça minha,
mais saudades comigo ficaram,
as águas os sorrisos levaram,
elas,  com eles ficaram
e eu sem eles fiquei.
Ó rio que sorrisos me levaste,
diz-me onde eles estão,
que sem eles não posso ficar,
porque senão não tens perdão.

De vós, um milhão de afetos recebi,
que encanto jamais senti:
como é bom haver amor partilhado,
nos seres que anseiam por um mundo amado.
Como em todos momentos anseio este abraço querido,

esse desejo afectuoso aspergindo dos corações.
                          Quando o vento por mim passa
                          e meu ser o enlaça,
                          faz sentir esse afeto recebido no seu abraço sentido,
                          mas por mais que o queira agarrar,
                          o vento vai e o afetuoso abraço não fica sem mo dar.
                          Ficarei com os afeto recebidos, bem guardados,
                          e não mais os deixarei ao vento abraça-los.

                          Que diferente mundo seria,
                          se todos os seres partilhassem sorrisos e afetos
                          em cada dia que passa,
                          em cada gesto que se abraça.
                          Esse mundo teria mais encanto como jardim florido,
                          teria mais paz como a inocente criança querida,
                          teria muito maior amor como o infinito universo.
                          Seria um imenso mundo de corações com amor e paz.

Valdemar Muge