Deixo um regaço de palavras
a todos que as queiram receber e
recordar,
palavras estas que um ser amigo
pode dar.
Com estas mãos, escrevi as
sílabas sentidas,
como prova de carinho e amizade,
na sempre e tão quanta
sinceridade.
São palavras de quem sempre quis
a paz e a concórdia
num mundo tão conturbado;
a esperança, nos corações
desiludidos e perdidos;
a felicidade encontrada para os
infelizes
e o reconforto na dor quando vinda.
Eis as palavras escritas à minha
terra
que sempre desejou que existisse
o amor;
à sua gente, que dia-a-dia
encontramos, falamos e estimamos;
e à beleza aqui espalhada, em
cada canto, em cada ser.
Ficam as palavras que correm no
fluir das águas dos rios
e se repousam nas salgadas águas
dos seus pescadores.
Eis as palavras envoltas na
aragem vinda do mar
que nos acaricia;
do mar que nos embala e nos faz
sonhar
no atapetado chão das brancas
areias,
e das gaivotas passando
sobranceiras.
Deixo todas estas palavras
escritas nas brancas folhas
que às vossas mãos chegam
e ao olhar, acarinha suavemente,
recordando de quem sempre em vós
pensou...
deste ser que da sua terra nunca
se esqueceu
e a alma vareira desta gente, no
coração viveu.
Valdemar Muge
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