Tuesday, September 11, 2012

DO ALTO RECLINADO


Do alto reclinado ramalhar das arvores,
que em mim suaviza e abraça,
o que será que ouço, sinto e enlaça?
- Vozes não serão que se levanta,
mas é algo que aos corações desperta e encanta.

No caminho que percorro,
encontro o ciciar do vento
que parece de triste lamento...
será de alguém que espera e não tem?
- desabafos talvez, que ao meu encontro vêm.

No borbulhar das aguas da fonte, que correm,
vão lágrimas de alguém de triste destino seu,
que em tempos, aqui, sofreu, amou e viveu?
- saudades que correm e se misturam
no triste bramar do mar, juntas, farão união.

É neste varejar da natureza que escuto,
que o alegre Teu consolo aos corações vem;
a Tua dor dos que ainda não te compreendem;
o eterno amor que a todos consolas e dás;
a ressurreição que prometes e um dia virás.

Valdemar Muge

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