Saturday, September 29, 2012

SINCERIDADE



Dizei àquele que por vós passa e falais,
o que dele sentis e reconheceis...
não deixeis que ele expire,
(porque muitos de vós, saudosos choram)
para depois dele bendizer e proferir.

Bom será quem acarinha e ama
todo aquele que nos procura e precisa...
pois nosso coração quando dá, vida recebe,
sem que seja necessário o gesto anunciado
nesta caminhada aqui encetada e breve.

Vitória maior não há para todos nós,
ao receber a íntima gratidão de todos aqueles...
Será com certeza, formosa flor em nós florida
que a natureza nos pode oferecer nesta vida:
mostrar o que somos a cada ser que nos rodeia.

Valdemar Muge

Sunday, September 23, 2012

OUTONO



O Outono da natureza regressa, mas passa;
o meu, esse fica, não vai, me enlaça.

Nos teus suaves dias, vejo-te envolvido:
No já cansado casal, mas sempre amado;
Nos campos de milho, agora despidos,
e na ansiosa mãe, à espera dos filhos queridos!

Vejo-te na natureza a brotar nostalgia de despedida; 
Na andorinha, despedindo-se, pela sobrevivência da vida;
Na visitante gaivota, contornando junto ao mar,
e eu, envolvido, não deixo de tudo isto amar!...

Estas secas folhas que junto de mim vão caindo,
o vento as leva, como sonhos que se esvaecem…
quantos deles que em nós foram realizados,
outros, não chegaram a serem sentidos!

Outono, é afago, é cor, é beleza,
e é paz para todo aquele que nele se envolva.
Seja qual a idade que alguém tem,
o encanto da sua natureza, a todos vem.                 


Valdemar Muge

Saturday, September 22, 2012

PRECISO



Preciso de um sorriso de cada um de vós,
para iluminar a árvore para todos nós;
De palavras de amizade,
para alimentar as raízes da sua vida;
De afectuosos gestos,
para que sempre cresça em harmonia;
De vontades de dedicação partilhada,
para que floresça na vida de todos nós;
Do querer da existência da sua essência,
para que sempre viva ao lado de todos nós.

Essa árvore seja o símbolo fraternal
das boas vontades.
O marco duma vida sã,
e fraternal harmonia com a natureza.


Valdemar Muge

Saturday, September 15, 2012

SAUDADES QUE FICAM



Vão nos ventos as flores de amores,
tudo vai no caminho ido, alado...
     aqui, fica o bafejo bálsamo deixado.

Vão queridos amigos, almas, doçuras,
seres gravados na nossa vida, enfim...
     fico com a saudade que não tem fim.

Vão beijos, carinhos, desabafos,
tudo vai na aragem que passa e a Luz que enlaça...
     e meu coração fica na nostalgia que esvoaça.

Vão quantas vidas, que na vida conheci e vi,
e nos rios das águas tristes, meu lacrimal levam...
     aqui, ficam as saudades que meu coração encerra.

Agora, as saudades, são afago crepuscular do passado,
consolo das primaveras recordadas, vividas...
      fluidos de coração latente, por as almas queridas.

Na aragem, ficou o perfume deixado das flores,
e a suave maresia envolve a tristeza da minha alma...
     sinal dos que no passado me foram queridos amores.

Valdemar Muge

Tuesday, September 11, 2012

DO ALTO RECLINADO


Do alto reclinado ramalhar das arvores,
que em mim suaviza e abraça,
o que será que ouço, sinto e enlaça?
- Vozes não serão que se levanta,
mas é algo que aos corações desperta e encanta.

No caminho que percorro,
encontro o ciciar do vento
que parece de triste lamento...
será de alguém que espera e não tem?
- desabafos talvez, que ao meu encontro vêm.

No borbulhar das aguas da fonte, que correm,
vão lágrimas de alguém de triste destino seu,
que em tempos, aqui, sofreu, amou e viveu?
- saudades que correm e se misturam
no triste bramar do mar, juntas, farão união.

É neste varejar da natureza que escuto,
que o alegre Teu consolo aos corações vem;
a Tua dor dos que ainda não te compreendem;
o eterno amor que a todos consolas e dás;
a ressurreição que prometes e um dia virás.

Valdemar Muge