Wednesday, April 24, 2024

NAQUELE AMANHECER


 NAQUELE AMANHECER

 

Naquele amanhecer, brilha a liberdade!

Da longa noite silenciosa, nasce a madrugada esperada:

Ouvia-se o clamor da vitória pronunciada;

via-se florescer cravos nas armas do silêncio,

e aquela esperança desejada, era agora realizada;

emoções contagiantes, coragem nascida da resistência;

abraços, cantigas, desejos futuros então nasciam;

nas mãos, via-se o florescer dos sonhos no novo dia,

nos olhos, o brilho de futuros desejos que brotavam,

nos corações, a exaltação de uma nova felicidade.

As vozes jamais se calavam, o povo assim queria,

e a liberdade de expressão enfim vencia.

Naquela manhã, finalmente tudo renascia!

 

Tanto tempo já foi que aconteceu,

há cinquenta anos se gritou

a tão esperada liberdade

do ansioso abraço da fraternidade.

Desejou-se o novo futuro da igualdade,

desejou-se a justiça, a paz, a prosperidade

irmanada no respeito fecundado e sempre a verdade.

 

Mas hoje ainda se clama que a democracia não faleça,

que a corrupção desapareça,

que a misérias não mais permaneça,

que a justiça sempre seja feita na boa sentença.

Mas esse clamor para quantos é vão

e as injustiças ainda quantas se permanecerão:

com elas, não é essa a pátria que queremos.

Por isso, é  que se continuará a cantar a liberdade

que nasceu dos corações há meio século,

até que a voz se enrouqueça,

e a alma grandiosa, a vitória enalteça,

essa vitória que o sol iluminou e vida fecundou,

que portas abriram ao mundo da fraternidade.

 

Valdemar Muge

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