Saturday, April 15, 2023

PODIA-TE CHAMAR FLOR


 

PODIA-TE CHAMAR FLOR

 Podia-te chamar flor, porque outro nome não seria...

flor que se deseja, que se beija e se dá.

Esse florir que em ti há

jardim colorido que te abraço,

esse encanto que conténs,

terra minha que no coração enlaço.

 

Podia-te chamar amor,

porque esse sentir, habita nas tuas ruas, pairando,

nos corações amigos, partilhando,

em cada gesto. em cada sorriso tido,

em cada terna flor oferecida, vinda.

 

Podia-te chamar melodia,

porque em cada romper do dia,

no nascer da água da fonte,

no rio que sonhos desperta,

nos lábios alegres que beijam,

na tua vivência e da doce criança,

está essa melodia que te dá vida,

sentir que nos corações encerra.

 

Podia-te chamar: Flor, amor ou melodia!

Quando de ti ausente, serias flor saudade;

e contigo presente,

eras minha flor guardada, amada.

Tudo isso és e quanto mais te diria,

serias rio ou mar para sonhar e amar;

livre pássaro ou, doce fruto para te saborear;

alegre viver ou, felicidade em te ter:

és pouso, és lar para meu ser.

Sempre minha serás: amor que tenho,

flor querida, melodia no coração,

sentidos que jamais esquecidos serão.

 

Valdemar  Muge

O DIA NÃO ACABOU



O DIA NÃO ACABOU

 O dia não acabou, não terminou hoje..

ele descansa na noite que o aguardou;

embala-o com as estrelas,

canta-lhe melodias belas,

para amanhã nas auroras esperadas,

de novo desperta renovado á luz da vida,

aos abraços da fraternidade cantando a alegria,

sonhando, amando com a gente,

que a noite, sua amante, lhe ensinou beijando.

 

Da existência da natureza de que fazemos parte,

apesar do nosso corpo com o tempo, envelhecer,

o espírito dia-a-dia se renova com o alimento do amor,

com a construção da paz,

com as vivências da fraternidade:

essência essa da vida

e força íntima para que o ser humano foi criado.

 

O que parece que vai acabando e envelhecendo,

na essência vai renovando em cada amanhecer.

O corpo, poderá ter o sentir da saudade,

mas o espírito é exaltação da vida,

força de ser da existência de aqui permanecer.

As vivências, são escolas de perfeição,

de sabedoria, de renovação do saber na vida.

Então sim, quando um dia tiver que renascer,

da despedida de aqui permanecer,

da melodia da vida já não ouvir,

e o corpo exausto já forças não ter ,

as renovações de hoje,

essas, que o espírito no bem aperfeiçoou,

florescerão na nova Vida aguardada que se crê,

e o renascer daqui, continuará para quem cá ficou.

 

Valdemar Muge

Thursday, April 06, 2023

OS ROSTOS


 OS ROSTOS

Há imagens que nos são recordações vivas,

jamais serão esquecidas,

que nos ficam na memória para toda a vida.

Mas há rostos guardados,

sempre vivos e quanto são amados,

que entram no coração da gente...

rostos que de nós não mais saem da mente,

que são luminosos e nossos eternamente.  

São esses rostos que nos cativam,

que nos encantam,

e á alma o doce sublime se levanta.


Há rostos que têm o olhar da extensão do mar,

navegam nas ondas do verde marejar,

até ao crepúsculo do pôr do sol, possuindo-o a amar;  

há rostos que têm o brilho das estrelas,

adormecem e sonham com elas em tê-las,

e outros,

a frescura das manhãs da esperança de cada dia,

vivendo com a alegria da felicidade,

com a partilha da fraternidade.


Há rostos que brilham na neblina do caminho.

são guia do destino procurado;

são imagem da paz, da tranquilidade esperada;

têm sorrisos espelhados que esvoaçam

como aves e nos pousam suavemente e nos enlaçam;

têm o brilho e o encanto da flor, a simplicidade

e a beleza dos corações apaixonados,

que brotam o odor das ternuras partilhadas.


Há rostos que têm o olhar do silêncio,

a vivência da cândida paz,  

a meditação e oração do Mistério Divino;

têm a louvada beleza da vida, vivida:

dos sulcos do trabalho na terra, da sobrevivência,

da maresia da faina do salgado mar, esperado,

do quotidiano labor do dia-a-dia, pela existência;

têm a sensibilidade da flor, amor e dor,

o livre voo da ave que anseia novos horizontes;

têm a alegria da vida, sentidos que encontraram e viram,

mas quanta dor também que no tempo vivido sentiram.


Oh!, como são belos os rostos que têm a luminosidade da verdade…

a frescura, a beleza, a melodia da sua terra, cantando-a;

que têm a seiva dela ser, nela acreditar e continuar a estar,

e a fluidez no sangue, do amor donde nasceram para amar:

é tesouro guardado que o coração tanto encerra.

É pois, no rosto, que está o retrato vivo do sentir, do seu ser,

peregrino da vida e obreiro aqui na Terra.

Dos rostos, nos apaixonamos, (e tantos são...)

cativos ficamos do ser quando o olhamos.


O teu rosto, amor, tem a vida que me surpreendeu,

a luz do renascer de cada dia,

as auroras da felicidade que finalmente seria..

 

Valdemar Muge