Sunday, January 08, 2023

O MEU POEMA


 

O MEU POEMA

 

O meu poema é tão pequenino,

como as asas duma borboleta ou o pequeno passarinho.

Por isso, ele voa, voa em cada flor, em cada esperança;

ele corre, salta, procura, partilha, ecoa

á procura da fraternidade, da amizade tua.

Voz que canta o sentir que a alma extasia

e o espírito lhe eleva a beleza da vida de cada dia.

E assim, vai correndo... vivendo para vós, querendo...

para os olhos de quem o quer sentir e vendo.

 

O meu poema é tão pequeno,

como criança que brinca e ri,

que beija e canta, amor que vos sorri.

É como criança que sonha com as estrelas,

que quer pintar o brilho da lua e tê-la,

e ir com o pássaro voar...

voar no espaço da alegria e do amar.

Tem o sentir da criança que quer o afago de mãe,

aquela que anseia ter esse carinho que ainda não o tem.

 

O meu poema grita, pede socorro,

ecoa pelos montes, pelos mares... e em cada rua, ouve-se

o canto da sua melodia que prolifera nas auroras do tempo...

tem voz de lamento, sentidos de tristeza...

pede justiça, pede fraternidade,

e anseia encontros de amizade.

Nasce do silêncio, da seiva do nascer á vida,

sangue que corre na raiz da humanidade:

sentidos que brotam de fluido pensamento.

 

O meu poema, nasce de um beijo desejado,

de um abraço de paz partilhado,

de um sorriso de ternura, oferecido,

dum elo fraternal para que sempre dure.

 

Ele nasce, suave e meigo da fonte da água viva,

  cantando a melodia da vida na terra e no mar.

  É canto que não estanca, gota de sangue que brota,

  e grita o sentir que nasce no ventre da dor,

  do desespero, para nascer a paz em que raça for.

 

Sonha ser arco-íris que brilha para mim e para ti,

quer ser de todos e para todos que brilha sem fim.

Ele brilha nos horizontes, não quer ter barreiras,

quer ser livre, não quer ter fronteiras.

Guarda o sentir do quanto ele viveu.

nas palavras sinceras que a alma deu,

palavras de amor, de carinho, de esperança.

 Escuta-o, verás então esse brilho refletindo

nos teus olhos e pousar-te no coração, sentindo.

 

O meu poema era pequenino,

mas teve voz que inundou sons de alegria,

de tristeza, de saudade;

teve o sentir que a natureza lhe deu,

e o canto á vida dessa sublime grandeza.

Assim foi distribuindo essa alegria,

essa tristeza de cada dia:

um pouco da essência da vida.

 

O meu pequeno poema,

que voa como aquele pássaro que passa,

ou criança que corre e nos enlaça...

esse cântico de amor, de alegria, e de melancolia,

vai sonhando, correndo ao teu encontro,

para dar o eterno abraço de paz que tanta falta faz.

 

                                     Vald'ovar

 

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