O MEU POEMA
O meu poema é tão pequenino,
como as asas duma borboleta ou o pequeno passarinho.
Por isso, ele voa, voa em cada flor, em cada esperança;
ele corre, salta, procura, partilha, ecoa
á procura da fraternidade, da amizade tua.
Voz que canta o sentir que a alma extasia
e o espírito lhe eleva a beleza da vida de cada dia.
E assim, vai correndo... vivendo para vós, querendo...
para os olhos de quem o quer sentir e vendo.
O meu poema é tão pequeno,
como criança que brinca e ri,
que beija e canta, amor que vos sorri.
É como criança que sonha com as estrelas,
que quer pintar o brilho da lua e tê-la,
e ir com o pássaro voar...
voar no espaço da alegria e do amar.
Tem o sentir da criança que quer o afago de mãe,
aquela que anseia ter esse carinho que ainda não o tem.
O meu poema grita, pede socorro,
ecoa pelos montes, pelos mares... e em cada rua, ouve-se
o canto da sua melodia que prolifera nas auroras do tempo...
tem voz de lamento, sentidos de tristeza...
pede justiça, pede fraternidade,
e anseia encontros de amizade.
Nasce do silêncio, da seiva do nascer á vida,
sangue que corre na raiz da humanidade:
sentidos que brotam de fluido pensamento.
O meu poema, nasce de um beijo desejado,
de um abraço de paz partilhado,
de um sorriso de ternura, oferecido,
dum elo fraternal para que sempre dure.
Ele nasce, suave e meigo da fonte da água viva,
cantando a melodia da vida na terra e no mar.
É canto que não estanca, gota de sangue que brota,
e grita o sentir que nasce no ventre da dor,
do desespero, para nascer a paz em que raça for.
Sonha ser arco-íris que brilha para mim e para ti,
quer ser de todos e para todos que brilha sem fim.
Ele brilha nos horizontes, não quer ter barreiras,
quer ser livre, não quer ter fronteiras.
Guarda o sentir do quanto ele viveu.
nas palavras sinceras que a alma deu,
palavras de amor, de carinho, de esperança.
Escuta-o, verás então esse brilho refletindo
nos teus olhos e pousar-te no coração, sentindo.
O meu poema era pequenino,
mas teve voz que inundou sons de alegria,
de tristeza, de saudade;
teve o sentir que a natureza lhe deu,
e o canto á vida dessa sublime grandeza.
Assim foi distribuindo essa alegria,
essa tristeza de cada dia:
um pouco da essência da vida.
O meu pequeno poema,
que voa como aquele pássaro que passa,
ou criança que corre e nos enlaça...
esse cântico de amor, de alegria, e de melancolia,
vai sonhando, correndo ao teu encontro,
para dar o eterno abraço de paz que tanta falta faz.
Vald'ovar
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