Friday, July 29, 2022

JÁ NÃO SEI QUANTOS SONHOS TIVE...

 


JÁ NÃO SEI QUANTOS SONHOS TIVE...

 Já não sei quantos sonhos tive

que não foram realizados,

e tantos eram com o querer

para que em verdades serem.

Eram sonhos de esperança mas deles não passaram,

foi quanto sentir para que realidade fosse,

mas em sonhos ficaram,

em sonhos quiseram permanecer.

 

Quanto quis que todos os povos fossem amigos,

que a paz existisse em todos os corações,

que a fraternidade em todos fosse uma realidade,

que o amor fosse um elo de partilha e amizade,

mas a realidade se sobrepõe ao que se sonhou,

e o sonho foi quimera que no sentir passou..

A luta pela sobrevivência não perdoa:

a realidade diz que não é a sonhar que se vence,

que a paz é para os tolerantes a quem pertence,

e o amor para os sonhadores que o criaram.

A ousadia é a vencedora dos sonhos,

mas quantas vezes incapaz de criar a paz e o amor.

Mas será possível se poder viver

sem que não haja paz e amor?

 

Quanto idealizei para ser vento, sonhando,

para poder espalhar em todos os lugares:

a paz, a liberdade, a fraternidade...

mas o vento passou e tudo ficou

adormecido no silêncio da esperança.

Quanta aragem idealizei, quanta brisa amei

num abraço com a pura natureza

em que todos vivessem e a soubessem respeitar...

mas a brisa em meus braços chorava, padecia,

porque triste vinha das águas que tanta poluição tinha ...

 

E nos silêncios sonhei.

Nos silêncios desejei: a paz, a felicidade, o amor á vida

de pureza de flores com rosmaninho, e da terra cultivada,

mas dos silêncios o grito ecoava,

porque a luz da concórdia para todos não resplandecia,

esses desejos tidos, em todos não se via,

e a escura noite para muitos permanecia.

 

Que importa o sonho ser fantasia,

que importa viver sonhando,

  se é dos sonhos que nasce quanta realidade,

                        se é dos sonhos que se anseia possuir a verdade,

que se luta para ter a felicidade.

 

Mas sempre continuaremos a sonhar,

mesmo que eles em realidade não se tornem,

os nossos sonhos, o sentir da nossa alma,

a força interior que faz querer amar.

Com eles, vamos colhendo rosas de amor

para a todos oferecer, do jardim idealizado;

criar sorrisos e abraços de felicidade

para aspergir nas ruas da vida quotidiana,

e espalhar o orvalhos de paz aos corações desanimados,

com a dança da infindável amizade.

Continuaremos a sonhar, a ouvir a música da natureza:

o sibilar do vento, o sussurrar da chuva,

o cântico das aves, o som da alegria da vida,

amar e querer amar a nossa existência:

enfim, o fluir de viver.

Esse sentir que é só nosso, a força mística da nossa alma.

Deixamos viver os sonhos,

deixamos que venham,

esse estranho sentir que nos dá ânimo,

que dá amor, e dá angústia...

deixamos assim viver a vida sonhando,

a busca com a esperança: a vontade.

 

Valdemar Muge

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